Os governos da Alemanha e da China assinaram hoje em Berlim um acordo de cooperação para estabelecer um mecanismo de diálogo nas áreas das alterações climáticas e da transição verde.
O acordo foi assinado no âmbito da visita oficial do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à Alemanha.
No documento, Berlim e Pequim reafirmaram o compromisso com o Acordo de Paris e com o objetivo de manter o aquecimento global abaixo de 1,5 graus Celsius.
Tal objetivo deve ter por base os "princípios da equidade, das responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e das respetivas capacidades", segundo o texto do acordo citado pela agência espanhola EFE.
As duas partes reiteraram a intenção de alcançar a neutralidade de emissões até 2045, no caso da Alemanha, e de avançar para esse objetivo até 2060, no caso da China.
O mecanismo de diálogo visa "alcançar resultados práticos no domínio do desenvolvimento verde e com baixas emissões de carbono".
O objetivo é "promover a transição verde e com baixas emissões de carbono para uma implementação acelerada da ação climática".
A cooperação centrar-se-á em domínios como as políticas, as normas e as regras de certificação no domínio da descarbonização industrial.
Os dois países também irão promover o intercâmbio de estratégias de redução das emissões no fabrico de cimento, aço, produtos químicos e papel.
Propõem-se também cooperar na transição energética, através da expansão das capacidades de energia renovável e do desenvolvimento de um mercado de energia verde, bem como na conservação de energia e eficiência energética.
Outras questões que serão abordadas a vários níveis pelos dois países são o comércio de emissões de dióxido de carbono (CO2) e os transportes ecológicos.
Numa declaração após as consultas intergovernamentais, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e Li Qiang sublinharam hoje a necessidade de cooperação face aos grandes desafios globais, incluindo a luta contra as alterações climáticas.
O acordo foi assinado pelo vice-chanceler e ministro da Economia e da Proteção do Clima alemão, Robert Habeck, e o presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, Zheng Shanjie.
LUSA