Pelo menos 30 civis foram mortos na semana passada em ataques de presumíveis pastores armados da etnia fulani no estado de Benue, no centro da Nigéria, segundo ativistas da sociedade civil e testemunhas.

Os atacantes, suspeitos de serem pastores fulani, invadiram comunidades em Kwande [cidade] na semana passada e lançaram ataques durante quatro dias", disse Ongu Anngu, presidente do Congresso da Juventude de Benue (BYC).

"Pelo menos 30 pessoas das comunidades afetadas foram mortas durante os ataques e muitas ficaram feridas. Várias casas foram também arrasadas pelos atacantes", acrescentou Anngu.

Segundo o ativista, que lamentou que tais incidentes ocorram regularmente, dezenas de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas devido à violência nas aldeias atingidas, entre as quais Abamde, Agura Ayaga e Azege, entre outras.

"O que está a acontecer em Benue é terrível, só esperamos que esta loucura cesse", disse.

Godwin John, um residente da região, assegurou que, entre as vítimas, se encontravam menores.

"Eles vieram num grande grupo na terça-feira [da semana passada] e começaram a atacar aldeões de diferentes comunidades ao mesmo tempo, sem qualquer razão", disse John, acrescentando que "eles continuaram com os ataques até sexta-feira, matando muitos e ferindo outros".

A porta-voz da Polícia de Benue, Catherine Anene, confirmou o incidente, mas não especificou o número de mortos.

Benue, um dos maiores produtores alimentares da Nigéria, tem assistido a episódios de violência nos últimos anos entre agricultores locais, predominantemente cristãos, e pastores fulani muçulmanos sobre terras e recursos escassos.

LUSA