A companhia aérea ‘low cost’ Ryanair prevê um reforço da frota europeia com 200 aviões até 2027, dos quais 30 estarão sediados em Portugal, voltando a pedir a abertura de um aeroporto no Montijo para crescer em Lisboa.
"Nos próximos cinco anos, estaremos a receber 200 novos aviões e temos um plano que prevê que cerca de 15%, ou seja 30, dessas novas aeronaves estarão sediadas em Portugal", avança o presidente executivo do grupo Ryanair, Michael O'Leary, em entrevista à Agência Lusa, em Bruxelas.
"Vamos certamente crescer no Porto, vamos crescer em Faro e na Madeira, […] mas o grande desafio é, será que podemos crescer em Lisboa?", questiona.
Lembrando que a Ryanair "continua a apelar à abertura do [novo aeroporto no] Montijo", Michael O'Leary critica que o Governo continue "a adiar a abertura", por preocupações ambientais.
"Precisamos de abrir urgentemente o [novo aeroporto do] Montijo porque Lisboa é a cidade da Europa que tem as mais melhores perspetivas de turismo para os próximos cinco ou 10 anos", mas ainda assim "o tráfego em Lisboa está atualmente limitado a cerca de 24 milhões de passageiros na Portela", reforça o responsável.
Segundo Michael O'Leary, o tráfego total no aeroporto de Lisboa "poderia ser de 40 milhões de passageiros e será de 40 milhões de passageiros nos próximos cinco ou 10 anos, particularmente se o Montijo abrir".
Além disso, "mais ‘slots’ precisam de ser disponibilizados em Lisboa", adianta.
Os aeroportos portugueses movimentaram 24,8 milhões de passageiros em 2021, um valor superior em 39% a 2020, mas inferior em 58% em relação a 2019, antes da pandemia, segundo a Vinci, dona da ANA - Aeroportos de Portugal.
De acordo com os dados publicados pela Vinci, o aeroporto de Lisboa fechou 2021 com pouco mais de 12,1 milhões de passageiros, um aumento de 31% em relação a 2020 e uma queda de 61% face a 2019.
No caso do Porto, no ano passado movimentou 5,8 milhões de passageiros, mais 32% do que no período homólogo e menos 55% face a 2019.
Faro, com 3,2 milhões de passageiros, registou um aumento em relação a 2020 de 48% e uma redução em relação a 2019 que atingiu os 64%.
Pela Madeira passaram cerca de dois milhões de passageiros, uma subida de 73% em termos homólogos e uma redução de 40% face a 2019 e, por fim, o movimento de passageiros nos Açores foi de 1,6 milhões de passageiros, mais 80% do que em 2020 e menos 34% do que em 2019.
Com o setor da aviação a ter sido bastante afetado pela pandemia de covid-19, as mais recentes previsões internacionais indicam que as transportadoras aéreas europeias não deverão apresentar lucros até 2023 ou 2024, na melhor das hipóteses.
O atual aumento dos combustíveis também pressiona o setor da aviação, que ainda está a tentar recuperar das consequências da covid-19.
Lusa