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Projeto ‘Cartografia Sensorial Urbana’ apresentado quinta-feira na Porta 33

Data de publicação
17 Novembro 2025
16:24

A Porta 33, na Rua do Quebra Costas, Funchal, acolhe na próxima quinta-feira, 20 de novembro, a partir das 18h00, a apresentação do diário Gráfico colaborativo ‘Cartografia Sensorial Urbana’.

O projeto é o resultado de um processo criativo e participativo que propõe um mapeamento do território que vai além dos dados geográficos tradicionais. “Não se trata apenas de registar onde as coisas estão, mas como elas são experienciadas”, dá conta a organização.

“Vivemos em cidades cada vez mais aceleradas, onde nos deslocamos no piloto automático.Mas o que estamos a perder nessa pressa? Que histórias, memórias e sensações ficaminvisíveis quando apenas atravessamos o espaço urbano sem realmente habitá-lo?”, é a premissa do projeto.

O mesmo integra o programa ATOS, uma iniciativa do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação Calouste Gulbenkian, desenvolvida em parceria com a Câmara Municipal do Funchal. O trabalho contou com o apoio da Associação Presença Feminina na realização das sessõesparticipativas.

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Um Mapa de Afetos e Memórias

“A cidade não é apenas betão e asfalto. Ela pulsa, respira, tem cheiros, texturas, sons. Esteprojeto captura essa dimensão sensorial e afetiva que nos conecta aos lugares através dasvozes e experiências de um grupo de mulheres que têm em comum a experiência da imigração”.

Desenvolvido com o apoio da Associação Presença Feminina, o trabalho envolveu mulheres do Brasil, da Venezuela, de Moçambique, da Guiné-Bissau e da Madeira.

Práticas Artísticas como Instrumento de Mapeamento

Através de práticas artísticas como o desenho de observação e a fotografia, estas mulheresforam convidadas a documentar as suas perceções sensoriais de alguns espaços da cidade do Funchal, como o Museu A Cidade do Açúcar, o Teatro Baltazar Dias, o Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente’s, a Quinta Vigia e o Monte Palace Madeira. Essas experiências foramtraduzidas em mapas afetivos, derivas urbanas e narrativas coletivas que revelamcamadas invisíveis da cidade.

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O resultado deste processo é um diário gráfico colaborativo — um documento vivo quematerializa essas cartografias sensoriais, onde desenhos, memórias e perceções destasmulheres ficam registados e podem circular, inspirar e provocar novos olhares.

Uma Resistência Poética à Invisibilidade

Este projeto lembra-nos que todos somos cartógrafos da nossa própria experiência urbana. Cada pessoa carrega um mapa sensorial único da cidade que habita e, no caso destas mulheres, múltiplos mapas que se sobrepõem, dialogam e criam territórios novos.

A Cartografia Sensorial Urbana é um convite para desacelerar, perceber, sentir e partilhar. Éuma forma de resistência poética à invisibilidade das experiências quotidianas, especialmentedaquelas que vêm de longe.

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Porque quando mapeamos o que sentimos, transformamos dados em narrativas. E quando partilhamos essas narrativas, transformamos espaços em lugares. Lugares com história, memória, afeto.

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