O oceanógrafo físico, Jesus Reis, de 33 anos, é o entrevistado do programa desta manhã do ‘Madeira Novos Talentos + Futuro’, iniciativa do JM e do Parlamento madeirense.

Atualmente a trabalhar no Observatório Oceânico da Madeira, o licenciado em Meteorologia, Oceanografia e Geofísica pela Universidade de Aveiro, o cientista tem trabalhado na caracterização física do oceano junto à costa sul da Madeira, analisando a temperatura e a salinidade, com vista a explicar fenómenos como a microturbulência das águas e a abundância de algumas espécies.

Entrevistado pelo presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, no Centro de Ciência Vida, no Porto Moniz, Jesus Reis começou precisamente por falar dos trabalhos de recolha e de investigação dos mares da Madeira.

Explicou que a investigação tem incidido mais na costa sul, porque o Observatório Oceânico da Madeira fica situado no Funchal e foi "mais fácil" começar por essa área. "A dinâmica costeira da Madeira não é de todo simples A Madeira é uma ilha alta e tem muita influência dos ventos", nomeadamente ao nível das correntes, sendo que também torna as águas mais quentes e tem reflexos também nas características da água, como nos nutrientes.

"O meu estudo das correntes notou que há uma grande diferença em poucos quilómetros da corrente. Por exemplo, na área do Caniçal, em que a corrente é dominada pela maré. E, na zona da Ponta do Pargo é a corrente e no Cabo Girão é uma mistura da maré e da corrente".

Jesus Reis comentou que os estudos do Observatório, desde que foi criado, em 2015/2016, demonstram que "há uma grande influência da plataforma, a parte imersa junto à ilha, que induz correntes muito diferentes Às correntes oceânicas". A equipa de cientistas desta instituição quis perceber porquê e, nesse sentido, explica o oceanógrafo, foram estudados certos pontos estratégicos. "Começamos a chegar a conclusões que cada ponto tem o seu forçador de corrente diferente com poucos quilómetros de distância".

Paula Abreu