Teve hoje início o Fórum de Emprego promovido pela Câmara Municipal do Funchal, que se prolonga até sexta-feira. Na abertura da primeira de três conferências integradas neste evento - que conta, no átrio da autarquia, com uma feira de emprego, com algumas empresas a promoverem ofertas de trabalho - o vice-presidente da autarquia não escondeu que a Madeira padece de um grande problema ao nível da mobilidade, causado pelo crescimento do turismo, a partir de 2020.
Mas, em contrapartida, as oportunidades de emprego também aumentaram significativamente, ao ponto de a Madeira ter de importar mão de obra. “Só não trabalha quem não quer”, afirmou. Ou seja, “temos um problema na mobilidade do turismo, mas não temos na oferta de emprego”, apesar da falta de pessoal.
Na conferência que aborda a ‘Transformação Digital e o Mercado de Trabalho – Preparar o Futuro’, Bruno Pereira recordou o período em que foi diretor regional do Turismo, há cerca de 20 anos, em que a principal crítica dos madeirenses era que a Região só tinha praticamente turistas mais velhos e que era preciso atrair a juventude. Hoje, há um “rejuvenescimento da oferta e mais diversificada”, disse, comentando que agora “pede-se que se volte atrás, com pessoas mais idosas”, que as levadas não fiquem sobrelotadas de visitantes e que seja possível estacionar.
Apesar da importância do crescimento turístico para a economia regional, o vice-presidente da Câmara reconheceu a necessidade de haver um meio termo.
Por outro lado, Bruno Pereira explicou que a CMF decidiu criar o Fórum de Emprego e respetiva feira tendo em linha de conta a ligação que tem com o tecido económico e pelas reações das empresas participantes, adiantando que este ano são mais três presentes do que na edição anterior.
Dos problemas que apontou no mundo laboral atual, Bruno Pereira disse que Portugal tem falhado na formação, lembrando que no Quadro Comunitário 2021-2027, a Madeira teve um aumento do envelope financeiro, com mais oportunidades para a formação profissional. Contudo, “temos um caminho a percorrer” no que que diz respeito à formação não só para quem já está no mercado do trabalho, mas olhando para quem está em situação de desemprego de longa duração, sendo que uma das razões para estar nessa circunstância é precisamente não ter formação. Deixou ainda palavras de incentivos aos jovens ‘NEET’, ou seja, que não estão a trabalhar, a estudar ou a ter formação.
De salientar ainda que a conferência desta manhã contou com os oradores Ana Maria Petrucci, da Intercia, Sara Estudante Relvas, do Instituto para a Qualificação, Miguel Campos, da eGames, Lab e de Carlos Soares Lopes, da Star up Madeira, com moderação a cargo de Ricardo Oliveira, diretor do DN-Madeira.