A falta de transparência na aquisição de vacinas contra a covid-19 é uma questão que preocupa a eurodeputada Sara Cerdas, que durante uma audição no Parlamento Europeu questionou a a diretora-geral para a Saúde e Segurança Alimentar (DG SANTE), Sandra Gallina, acerca do assunto.
De acordo com um comunicado do gabinete da deputada madeirense eleita pelo PS, Sara Cerdas quis saber "quanto é que a União Europeia e os Estados-membros pagaram até à data pelas doses de vacina" e "quanto é que foi pago sob a forma de pagamentos antecipados".
As questões foram lançadas em sede de comissão especial covid, na qual assume o cargo de coordenadora pelo grupo dos socialistas, mas, adianta a mesma fonte, a eurodeputada não obteve "uma resposta por parte da responsável".
Sara Cerdas, conforme o comunicado, considera que "os procedimentos de aquisição conjunta iniciados pela Comissão Europeia foram fulcrais para lidar com a pandemia e garantir a disponibilização de vacinas, mas, em contrapartida, um dos erros que permanece é a falta de transparência nos contratos com as empresas que disponibilizam as vacinas, em especial no que diz respeito ao preço praticado por unidade".
O gabinete da eurodeputada lembra que "até junho de 2022, a Comissão Europeia obteve 4,625 mil milhões de doses de vacinas contra a COVID, das quais aproximadamente 50% são doses asseguradas, e 50% são doses opcionais. De acordo com o Tribunal de Contas Europeu (TCE), os contratos realizados valem, no total, 71 mil milhões de euros".
"Sara Cerdas, que tem criticado a Comissão desde o início da pandemia pela falta de transparência, estranha o procedimento de negociação adotado e espera que, no futuro, a comissão especial criada pelo Parlamento consiga propor alterações às atuais práticas", conclui o comunicado.
Iolanda Chaves