"Neste momento, nós, na Madeira, estamos numa situação bastante equilibrada porque o estatuto que conseguimos de Região ultraperiférica é muito importante para nós".
Isto num contexto geoestratégico que as RUP têm para a União Europeia.
Miguel Albuquerque entende que as RUP já não têm "o estatuto de coitadinhos. Conseguimos inverter nos últimos anos o discurso sobre as RUP, para um mais positivo e não de pobrezinhos, de sermos uns coitadinhos e flagelados".
Albuquerque sustentou que estas regiões são atualmente uma maia valia para a União Europeia, que deve aproveitar a posição geoestratégica que tem, atraves das mesmas. As regiões constituem uma mais-valia de baixo custo para a Europa se afirmar no mundo, o que ja é reconhecido pelo Parlamento Europeu, afirmou.
Sobre os fundos europeus, o chefe do executivo madeirense afirmou que são verbas aplicadas que têm retorno na economia. "A Madeira pode vir a ser um contribuinte liquido para a UE, através do processo de digitalizacão", aspira o governante.
O presidente do Governo Regional falava na apresentação pública do programa regional Madeira 2030, que define os destinos dos fundos comunitários na ordem dos 760 milhões de euros.
Miguel Albuquerque começou a sua intervenção lembrando os pilares da União Europeia e os fundadores do projeto europeu, "que foram homens que atravessaram duas guerras" e que defendiam um pacto, uma unidade política na Europa para manter a paz e assegurar a prosperidade.
Albuquerque contextualizou a história do ultimo século, considerando que o objetivo primordial dos fundos comunitários é precisamente manter a paz e a prosperidade, "o grande sucesso da União Europeia" e do seu mercado.
"Este projeto da União Europeia é um projeto de sucesso", acentuou o presidente do governo regional, lembrando contudo, a saída do Reino Unido da UE e a guerra na Ucrânia.
A tendência da criação de um mercado único da energia na Europa foi outro aspeto focado pelo governante madeirense. A defesa comum europeia é uma questão mais complexa, apontou Miguel Albuquerque, considerando que esta tendência tem de ser resolvida com urgência pelos estados membros.
A reindustralização é outra tendência europeia, sendo que o presidente do governo regional considerou como ponto negativo o atraso da Europa na digitalização.
"Tem um problema neste momento em relação a empresas grandes", em que a Europa já não domina o mundo, "mas precisa de ter a capacidade de ter empresas gigantes", expressou.
Paula Abreu