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“Os agricultores também têm de ter a ambição de crescer, de produzir mais, de vender melhor e aumentar o seu rendimento”

Data de publicação
11 Outubro 2024
17:00

“Os agricultores também têm de ter a ambição de crescer, de produzir mais, de vender melhor e aumentar o seu rendimento”. Entendimento de Álvaro Mendonça e Moura, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que discursou, esta tarde, no seminário ‘Agricultura: Presente e Futuro’.

O presidente começou em tom de brincadeira, lembrando que a CAP tem associados de todo o país menos na Madeira, e destacou as especificidades muito próprias da Região, onde entende ser “possível produzir bem”, embora considera que o importante “é apostar na qualidade e em nichos de mercado”, disse.

Álvaro Mendonça e Moura constata, por exemplo, que a banana da Madeira “nunca poderá competir em preço” com a banana da Costa Rica, mas “tem é de ser valorizada” e ser apresentada como um produto de topo de gama.

“A produção agrícola tem de ser vista, sobretudo em regiões com esta dimensão e com estas dificuldades, nesse ponto: apostar na qualidade, na diferenciação e pensar que a agricultura não vive isolada do resto”, observou, reforçando que, em termos gerais, é preciso mais produção do que a que existe neste momento.

“Os agricultores também têm de ter a ambição de crescer, de produzir mais, de vender melhor e aumentar o seu rendimento. (...) Não é só uma questão de manter. Não! É de produzir mais, em maior quantidade e com maior qualidade”, explanou.

O presidente da CAP, o qual recorda que o agricultor recebe 40 por cento do que recebe a média dos profissionais, “menos de metade”, questiona como atrair os jovens desta forma.

Investir nas zonas rurais

Ademais, Álvaro Mendonça e Moura defende mais investimento nas zonas rurais para que sejam criadas condições para fixar as pessoas. “O investir nas zonas rurais não é só apoiar diretamente aquela produção é criar condições nas zonas rurais para que seja atraente viver lá”, sustentou.

Para isso, em termos europeus, “é preciso disponibilidade e dinheiro” para estas matérias. “É preciso garantir que há verbas para a agricultura e que há verbas para o desenvolvimento das zonas rurais”, exortou.

No entanto, prosseguiu, nos últimos meses há “sinais positivos”. Em Portugal, o Governo da República “começou a ouvir-nos”, tendo mudado “radicalmente” o seu discurso. “Agora o Governo afirma que a agricultura é um setor estratégico para o país. E, na Europa, como consequência dos protestos dos agricultores e das eleições que aí vinham, efetivamente os decisores políticos em Bruxelas começaram a perceber que vinham eleições e começou a haver vários sinais de mudança”, observou, entendendo que existem perspetivas “muito interessantes” para o futuro.

Ainda com foco no futuro, o responsável diz que urge conciliar a mitigação dos efeitos das alterações climáticas, com a preservação da natureza e a produção, assim como garantir a competitividade e o rendimento do setor agrícola e a manutenção do seu potencial produtivo. Ademais, defendeu a renovação geracional; e apoios à investigação e inovação.

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