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O desabafo de Mónica Freitas: “Colocaram-me o mundo nos ombros”

Edmar Fernandes

Subdiretor JM

Data de publicação
28 Janeiro 2024
12:22

A deputada do PAN na ALRAM, Mónica Freitas, tornou público há instantes um longo texto onde dá conta das dificuldades que tem enfrentado nos últimos tempos, sentindo-se um alvo do julgamento popular.

Eis o texto na íntegra:

“Este não é um texto de opinião, é um desabafo. Tenho 28 anos, venho de uma família trabalhadora, que não tem herança nem sobrenome de sucesso. Fui estudar precisando de bolsa, mas ainda antes, voluntariei-me na Finlândia e depois fui trabalhar. Nunca quis ser um encargo para os meus pais. Sempre quis fazer parte da solução e não do problema. Por isso juntei-me a movimentos e criei a minha Associação. Nunca deitei o trabalho dos outros abaixo, não tenho aquele pensamento de “concorrência”, sempre fui a favor da união fazer a força. Tenho vários grupos de amigos e sempre os tentei unir a todos, sou a favor de união e não de divisão. Talvez por isso faz-me confusão haver maiorias e oposições. Sempre olhei para a política como uma forma de através do poder se fazer a diferença na vida das pessoas. Não sou apologista de caixinhas e de termos que nos identificar de uma forma ou de outra e sermos prisioneiros de ideologias. Elas nunca fizeram bem nenhum. Sou a favor de ação, de discussão de ideias, de chegarmos a consensos. Sempre me regi por isso. Nunca trabalhei para protagonismos ou para interesses próprios, a maioria da minha vida é à custa de trabalho gratuito, porque visto a camisola, abraço os desafios e vou à luta pelo que acredito.

Mas o mundo cada vez menos é das pessoas construtivas, das que querem através da paz provocar mudança. Não vivemos numa era de otimistas nem de sonhadores. Enquanto jovem custa-me ver toda esta descrença, este baixar de braços, este egoísmo que se instala. Com 28 anos e só querendo fazer de alguma forma a diferença, colocaram-me o mundo nos ombros, sem ser criminosa nem tão pouca suspeita, julgaram-me em praça pública por fazer o melhor que sabia e a pensar que estaria a fazer pelo melhor. Querem jovens ativos, com ideias, competentes mas são os mesmos que não perdoam qualquer ato que saia das suas órbitas das verdades absolutas e dos fundamentalismos em nome próprio. Defendem mudança e democracia, mas julgam uma mulher, à medida que nunca julgaram os homens pelas asneiras latentes que têm feito e perpetuado ao longo dos anos. Ser o adulto na sala custa e cansa. A toxicidade das redes sociais não mata, mas mói. Exigem tudo e mais alguma coisa. Criticam cada detalhe e palavra. Por muito que faças e tentes, nunca serves. E é assim que morrem os otimistas, que destruímos os sonhadores e que perpetuamos um regime de pessoas oprimidas, cansadas, frustadas e que o único que lhes resta, é aceitar ou viver o resto da vida com raiva, ódio e desespero.

Peco por fazer e por não fazer. Tenho de estar do lado de todos, menos do meu. Não admira não haver mais jovens na política. Não admira que os bons desistam. Por muita força que se tenha, nem tudo vale a nossa saúde mental.”

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