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Engenheiros “arrancaram para o presente uma Madeira refém de um passado felizmente já longínquo”

Data de publicação
16 Março 2024
16:00

Miguel Branco, presidente da secção regional da Madeira da Ordem dos Engenheiros, através de um discurso um tanto quanto poético, descreveu minuciosamente o seu percurso do Funchal até à Ponta do Sol, fazendo ainda uma ‘viagem’ no tempo para enaltecer o trabalho “hercúleo” dos engenheiros que “arrancaram para o presente uma Madeira refém de um passado felizmente já longínquo”.

Na cerimónia do Dia Regional do Engenheiro, que decorre no Centro Cultural John dos Passos, Ponta do Sol, Miguel Branco começou por elencar algumas obras feita e em desenvolvimento que foi encontrando pelo caminho, como foi o caso do futuro hospital.

Sobre esta infraestrutura considerou, aliás, que “esta nova centralidade da cidade requer um plano estratégico de mobilidade, pois as infraestruturas existentes acabam por já ser insuficientes para o trânsito que, de manhã e à tarde, circula naquela zona do Funchal”.Prosseguiu na sua alocução, relevando a “mancha urbana que sobe a encosta” de Câmara de Lobos, notando que “havendo tanta habitação em construção, há a necessidade de criar produtos com custos acessíveis aos rendimentos daqueles que urgentemente precisarão de um lar. Sem políticas públicas de apoio, os meus filhos, dificilmente poderão ter uma casa própria”, apontou.

Enalteceu a “engenhosa solução do viaduto da Amoreira, com duas plataformas desniveladas e paralelas, que permitiram manter a mancha agrícola daquela zona do Campanário”; a central hidrelétrica da Serra d’Água que se apresenta como uma “engenhosa simbiose entre o abastecimento público, a rega e a hidroenergia”; aplaudiu o facto de, no Lugar de Baixo, já terem retirado os tapumes que “escondiam” a Marina e afiançou: “ Na engenharia como na vida há que assumir os erros do passado ou as situações que correram menos bem”.

Chegou, por fim, ao destino final: Ponta do Sol, concelho onde encontrou, “como em muitos outros locais da ilha, a presença viva de uma engenharia civil e agronómica com centenas de anos”, dando como exemplo a “especular obra” que é o cais da vila.E a ‘viagem’ não se ficou por aqui.

O presidente da Ordem recuou no tempo 50 anos para lembrar que, nesse tempo, ir para a Ponta do Sol requeria várias horas de caminho “numa estrada interminável entre montes e vales que no inverno se agravava com as pedras que caem”.

“A realidade que me acompanhou nesta agora pequena viagem, representou um trabalho hercúleo de engenheiros que arrancaram para o presente uma Madeira refém de um passado felizmente já longínquo”, disse, louvando, a este propósito, o engenheiro Jorge Jardim Fernandes, o qual liderou a pasta das Infraestruturas e Obras Públicas no Jovem Governo Regional da Madeira em 1986.

“Nada mais que merecida a homenagem que hoje lhe prestamos. A engenharia certamente marcou a diferença, a engenharia foi a diferença”, reforçou, entendendo que as opções tomadas na altura continuam atuais. “As assimetrias foram esbatidas”, rematou.

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