José Durão Barroso é o conferencista de maior relevo na Conferencia do Atlântico sobre “Winston Churchill, Democracia Liberal e a Aliança euro-atlântica.
O diretor do Centro de Estudos Europeus do IEP-Católica foi logo ao ponto fulcral do momento internacional, com a eleição de Trump, como presidente dos Estados Unidos da América.
Pronunciando sobre a relação difícil entre os EUA e a Europa, que se irá agravar, o ex-presidente da Comissão Europeia disse que “a questão fundamental é saber se esta relação se encontra ameaçada irremediavelmente ou se estamos face a uma alteração da sua natureza, mas mantendo uma relação extremamente importante”.
A sua opinião é que a relação transatlântica está num processo de mudança muito crítico e não apenas pela eleição de Donald Trump.
No seu entender “a relação transatlântica tem condições para se manter importante para a Europa e os Estados Unidos da América do Norte. Contudo, terá de ser muito trabalhada. “Navegar é preciso e é nisso que temos de trabalhar, requerendo capacidade de liderança do lado europeu”, sublinhou.
Durão Barroso falou das mudanças tecnológicas, da Defesa e Segurança muito forte do lado dos EUA e da China, do avanço da Inteligência artificial e considerou que os EUA continuarão a ser a principal potência mundial.
Na sua dissertação, o especialista falou também da “enorme fricção” existente nas relações internacionais, apontando para a posição que Portugal pode assumir.
Colocando a questão sobre se há interesse e vontade em manter e reforçar a relação entre os dois continentes, Durão Barroso não tem duvidas que “a Europa e os Estados unidos precisam um do outro”.
Sobre a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, Durão Barroso advogou que uma derrota da Europa será uma derrota dos Estados Unidos, pelo que é um ponto se interesse saber gerir o conflito internacional.
Do ponto de vista geopolítico e do ponto de vista comercial, interessa aos EUA manter a relação com a Europa, opinou ainda.
No quadro da relação transatlântica, a e Europa tem de reforçar a sua posição, também ao nível da defesa e segurança, alertou, recordando que Trump é da mesma opinião e, neste aspeto, “é difícil discordar dele”.