"Quando se anunciam medidas desta natureza, elas deveriam ser mais detalhadas", atira o Sindicato Democrático dos Professores.
Contactado pelo JM, António Pinho, presidente do Sindicato Democrático dos Professores da Madeira (SDPM), reconhece que era inevitável, neste momento, em que a Madeira regista um aumento substancial de casos de covid-19, aplicarem-se novas medidas para fazer face à disseminação do vírus. No entanto, adverte para a falta de detalhe informativo no que respeita à decisão do Governo Regional no regresso às aulas.
"Esta medida foi uma hipótese encontrada num momento em que era inevitável fazer-se alguma coisa. O que me parece é que quando se anunciam medidas desta natureza, elas deveriam ser mais detalhadas. Neste momento, eu próprio olho para o comunicado e não percebo muito bem como é que as coisas vão funcionar", atira o responsável, acrescentando que "se amanhã um professor ligar para o sindicato a perguntar se tem de se apresentar ou não na escola eu não sei dizer".
Em relação ao processo de testagem que irá incidir sobre os professores e auxiliares afetos aos estabelecimentos de educação e ensino, públicos e privados, dos concelhos do Funchal, Câmara de Lobos e Ribeira Brava, o presidente do SDPM admite que o facto de os alunos não estarem visados neste processo de despistagem da SARS-COV-2, pode ser um risco.
"A verdade é que há um risco acrescido de nas escolas haver um aumento de casos, mas depois há pormenores que me escapam neste comunicado. Por exemplo, se os alunos vão ou não fazer teste, se há ou não capacidade de testagem…", questiona António Pinho, considerando que estas são questões que devem ser mais esclarecidas junto da comunidade escolar.
Recorde-se que terá início amanhã, dia 4 de janeiro, a testagem de professores e auxiliares dos três concelhos com maior incidência de casos - Funchal, Câmara de Lobos e Ribeira Brava -, conforme foi hoje decidido pelo Governo Regional.
A abertura das aulas nestas escolas deve ser progressiva, no sentido de permitir às autoridades de saúde uma avaliação concentrada e dedicada da situação. À medida que as testagens forem sendo realizadas, os estabelecimentos de ensino serão abertos.
Os demais estabelecimentos de educação e ensino, nos outros concelhos, abrem no calendário definido, ou seja, a 4 de janeiro de 2021.
Bruna Nóbrega