Quinze dias depois do desaparecimento do turista polaco, uma equipa de buscas vai entrar hoje pela Ribeira da Janela acima, procurando pistas no fundo do vale, seguindo a tese de que Michal Kozek poderá ter optado pela levada (parcialmente encerrada), em alternativa ao circuito do MIUT (do outro lado do vale), e caído por uma ribanceira abaixo.

Como é sabido, estas buscas são promovidas pelo irmão do desaparecido, que, para já, continua na Madeira, agora também na companhia da mãe. Contactado ontem pelo JM, Christopher Kozek revelou-se ansioso e ao mesmo tempo indignado com o facto de as buscas oficiais terem terminado três dias depois do desaparecimento.

A confirmar-se a hipótese de o polaco ter tentado fazer a levada da Ribeira da Janela, a correr, já depois das 19h00, com o objetivo de regressar ao hotel na Calheta antes da hora limite para o confinamento (1h00), são muitas as questões que se colocam sobre o nível de (des)conhecimento que o turista tinha acerca do território; distâncias e condições do percurso em causa.

Numa pesquisa, através de uma aplicação dedicada à divulgação de levadas e veredas da ilha, uma das utilizadoras confirma, num comentário publicado no dia 20 de maio deste ano, que o percurso está fechado a seguir ao primeiro túnel. Outros dizem que a paisagem vale a pena até onde pode ser percorrida e há até quem incite os mais destemidos a furarem a proibição.

Certo é que o local à noite, dito por quem conhece a zona, é “breu” e pode, ao mínimo descuido, suscitar um acidente, nomeadamente uma queda por uma ribanceira. A mesma fonte não deixa de questionar o facto de haver muitos turistas a percorrerem a levada, alguns com idades avançadas (atendendo às dificuldades) e outros até com crianças às costas.

Por Iolanda Chaves