Em 2023, as estradas madeirenses registaram mais 516 acidentes que no ano transato, o que representa um crescimento de 17% (3.643).
Cumpre recordar que em 2022 verificou-se um aumento da sinistralidade de 7.5%, repetindo-se agora o padrão de uma forma mais expressiva (+16.5%). Também o número de acidentes com vítimas registou um aumento de 12.5%.
Importa referir que o crescimento em todos os prismas, exceto nas vítimas mortais, está relacionado com o crescimento do fluxo rodoviário e de movimentação de pessoas. Por exemplo, há indicação de um crescimento de 4% de tráfego na Via Expresso nos últimos oito anos.
Foi esta a conclusão deixada, esta manhã, na apresentação da sinistralidade rodoviária no ano transato, que decorreu no Salão Nobre do Comando da Polícia de Segurança Pública (PSP).
A tendência de sinistros tem vindo a crescer desde 2022. Até então, desde 2003, verificava-se um decréscimo. Em relação aos mortos, há a ressalvar vários picos, com destaque para 1991 e 2019, ano em que falecerem 29 pessoas num acidente de autocarro no Caniço. No entanto, saliente-se, que nos primeiros dois meses de 2024, tem havido um decréscimo em todos os vetores - acidentes, feridos, ligeiros e graves, e mortos.
Ainda assim, no espaço temporal de 2020 a 2023, há a indicação de uma média de 13 vítimas mortais por ano, o que representa um índice de 5,1 mortos por cada 100 mil habitantes.
É o Funchal o concelho que apresenta a maior fatia de sinistros (1.540), seguido de Câmara de Lobos , que, por sua vez, tem verificado uma diminuição de acidentes que resultem em vítimas, sejam estas feridos ligeiros, graves ou acidentes fatais.
Dos dados apresentados assinale-se que dos feridos graves, em cerca de 30% dos acidentes com mortos ou feridos graves pelo menos um interveniente estava sob o efeito de álcool, havendo o registo de 16.588 testes de alcoolemia.
Em relação ao número de vítimas de acidentes de viação, há o registo de 1.132 feridos ligeiros, 95 graves, perfazendo um total de 1.286. Por seu turno, no que toca às vítimas mortais a informação dá conta de 13 casos, menos dois do que no ano de 2022. Importa ressalvar, ainda, que destes 4 eram motociclistas.
Como conclusão, em 2023 verificou-se um aumento do total de vítimas envolvidas em sinistros, com um diferencial de 215 em relação ao ano transato, com um grande crescimento daqueles que são os feridos ligeiros (+122).
Analisado o tipo de acidentes, verifica-se que 75% foram colisões, 20% despistes e 5% atropelamentos. A par disso, se atendermos à gravidade das vítimas, constata-se que os despistes são responsáveis por 46% das vítimas mortais e de 47% dos feridos graves, sendo que os atropelamentos provocam 31% das vítimas mortais.