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Artigo de Opinião

Legitimamente, as Forças Armadas. Porque a Elas e só a Elas se deve o golpe militar cujo objectivo era derrubar a ditadura e colocar o Povo português na civilização democrática do respeito pelos Direitos Humanos.

Objectivo, ainda, o de resolver a guerra em África.

Aí, primeiro, as Forças Armadas reagiram positivamente contra as chacinas no norte de Angola (1961), onde só nessa ocasião morreram dez por cento (quase todos civis e inclusive mulheres e crianças indefesas) do total das baixas portuguesas em catorze anos de guerra nas três frentes.

As Forças Armadas Portuguesas sabiam e sabem que uma guerra de guerrilhas não se vence por meios militares convencionais. Mas não deixa de ser extraordinário que ao fim desses catorze anos, o Povo em armas de um pequeno País como Portugal, mesmo ante a incapacidade dos políticos resolverem a questão em três frentes que somadas representavam em extensão territorial semelhante a uma percentagem importante da Europa, tinha a situação controlada em Angola, em Moçambique a guerra limitada ao norte, e só na Guiné - de nula importância comparada - se encontrava em dificuldades. Tudo isto apesar da hostilidade das grandes potências do neo-colonialismo, comunista e capitalista.

Ao fim de década e meia de comprovada incompetência política e de sacrifício ao extremo da juventude portuguesa, por uma governação incivilizada que barrava à Nação fruir os Direitos democráticos, as Forças Armadas, cumpriram o seu Dever e derrubaram o regime político totalitário e incapaz.

Só que, assente em Valores não politiqueiros, as Forças Armadas, após o 25 de Abril, foram permeabilizadas pelas únicas estruturas políticas até aí organizadas numa base doutrinal, os comunistas.

Estes tentaram uma nova ditadura, agora de modelo soviético.

E, apesar de tal vergonha a seu tempo dominada, têm o desplante de transformar o 25 de Abril em festa "sua".

Com a restante pseudo-"esquerda", folclórica ou "caviar", junta aos "idiotas úteis" que abundam nas áreas não-socialistas, e mais uma certa comunicação "social" medíocre e do "politicamente correcto" a, agachadinhos, lhes fazer o jogo.

Hoje, a superioridade Ética da Democracia - também superioridade Moral - está em os Democratas tolerarem os fascismos comunistas e de extrema-direita, em termos que eles não nos tolerariam.

O 25 de Abril trouxe a oportunidade histórica de os Povos insulares conquistarem uma Autonomia Política após cinco séculos e meios de domínio colonial absoluto pelo poder explorador e extorsivo de Lisboa. Só que os poderes de Lisboa, e não apenas os políticos, urdiram um sistema constitucional que lhes permite dominar todo o território nacional conforme os seus critérios e "interesses". Inclusive impondo aos arquipélagos portugueses uma situação parcialmente colonial, até agora recusando um diálogo democrático que leve a que, nos termos da Carta das Nações Unidas - constitucionalmente subscrita pela República Portuguesa - o estatuto constitucional madeirense esteja em conformidade com a vontade democraticamente representativa do nosso Parlamento.

A patologia centralista de Lisboa, causa de quase todas as tragédias históricas da Nação Portuguesa, foi ao ponto de tentar enganar os Portugueses e o mundo em geral, procurando mentirosamente acusar de "separatismo" as reivindicações justas e legítimas dos Açores e da Madeira.

Apesar de até nas maiores mobilizações e movimentações populares, como a Festa da Autonomia no Chão da Lagoa, se fazer ouvir a poderosa palavra de ordem e claro refrão: "PORTUGAL SIM, COLONIALISMO NÃO!".

Felizmente são poucos os enganados. Quase todos os Portugueses compreendem. Houve um Político, entre vários, que sempre nos respeitou, Durão Barroso, que gritou corajosamente no Chão da Lagoa "Viva a Madeira Livre!".

Logo os inquisidores do obscurantismo político-cultural da pseudo-democrática Lisboa, caíram-Lhe em cima. Tal não impediu que depois fosse Primeiro-Ministro e, mais importante, Presidente da Comissão Europeia. E durante dois mandatos! O que tanta inveja e campanha torpe provocou na imbecilidade lisboeta...

Que fique claro.

Façam as festas que fizerem no 25 de Abril, digam os disparates useiros e vezeiros, exprimam como quiserem o lado mais rafeiro do actual regime político português, a posição democrática do Povo Madeirense sempre esteve e ESTÁ muito clara: "PORTUGAL SIM, COLONIALISMO NÃO!".

E como português que me orgulho de ser, talvez infantil, vivo na Esperança de que um verdadeiro Espírito do 25 de Abril traga Lisboa ao diálogo.

E que na Madeira, se tal disponibilidade em Lisboa milagrosamente acontecer, não se perca semelhante oportunidade histórica em medíocres divisões politiqueiras, analfabetismos mediáticos ou vaidades pessoais.

Todos os que somos defensores dos Direitos Humanos e da Democracia, sabemos que é intrínseco à Pessoa Humana a paciência ter limites.

E sabem a Legitimidade democrática do que daí advenha.

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