Este ano celebra-se os 150 anos do nascimento de Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da Igreja e Padroeira das Missões. Ao longo deste ano publicam-se textos, livros, estudos, sobre a carmelita de Lisieux, tão amada do nosso povo. Ainda recordamos o eatusiasmo e a alegria da visita à Madeira das suas relíquias. Para este ano temos o contributo e o magistério do Papa Francisco que, desde longa data," tem uma especial relação e sintonia espirituais, como encontramos na Encíclica "Lumen Fidei". "A luz plena do amor de Jesus" é a feliz expressão para caraterizar a teologia de Santa Teresinha como doutora da Igreja e Padroeira das Missões. O Papa São João Paulo II declarou Santa Teresa de Lisieux como a especialista na "ciência do amor", o Papa Bento XVI, no decurso dos Exercícios Espirituais no Vaticano, no ano de 2012, usou a mesma expressão em relação à outra modalidade da teologia da Igreja "ciência da fé", e mostrou que os santos "pequenos" são os santos "grandes". Este Papa teólogo, mostrou que a ciência da fé e a ciência do amor vão juntas e completam-se, que a razão grande e o grande amor vão juntos, pois o grande amor vê mais do que a razão sozinha.

A ciência do amor é um ato de amor: "Jesus eu amo-Te", era a respiração da alma de Tereza, escreveu: "Ah! Tu o sabes, Divino Jesus, eu amo-Te, o Espírito de Amor abrasa-me com o seu fogo, amando-Te eu atraio o Pai". Um semelhante ato de amor é igualmente dirigido a Maria. Nas "Obras Completas" de Santa Teresinha, o nome de Jesus aparece mais de 1600 vezes, duas vezes mais que o nom de Deus. Jesus é o nome como um sol que ilumina toda a sua vida. É um cristocentrismo altíssimo, com ele a santa une todas as verdades da fé, a divindade de Jesus e a sua humanidade, a eterna comunhão com o Pai e o Espírito Santo na Trindade, a criação, a salvação, Maria e a Igreja, a terra e o Céu.

Dizia Tereza: "Quem tem Jesus tem tudo, quem diz Jesus diz tudo", o nome de Deus e o Espírito Santo estão sempre presentes, mas como que escondidos em Jesus. O pequeno caminho de Tereza é composto de fé, esperança e de amor. No amor brilha e torna-se radiante de luz toda a verdade da fé em Cristo Jesus. Na primeira carta de São Paulo aos cristãos de Corinto (ICor.13,13), a caridade é "maior" do que a fé e a esperança, tanto no céu como na terra. O coração é como uma lira de quatro cordas, cada mulher tem um coração de esposa, de mãe, de filha e de irmã, por seu lado, o homem, tem um coração de esposo, de pai, de filho e de irmão, estas são as quatro "cordas do coração. "Cada pessoa humana é chamada à vocação universal da perfeição da caridade, ou seja, amar com todo o coração a Deus a Cristo Jesus, fazendo brilhar as quatro cordas, no matrimónio, no celibato ou na virgindade. Elas são indestrutíveis, mas devido ao pecado e às feridas da vida elas precisam de ser "afinadas," através das purificações da noite dos sentidos e da noite do espírito", segundo a doutrina de São João da Cruz.

Como o apóstolo São Paulo, Teresa experimenta continuamente o Amor de Jesus, por mim, por nós, por todos, ela abre-se sempre à totalidade da Igreja, na terra como no

Céu, em todos os lugares e em todos os tempos para a salvação de todos.

Retornando ao princípio, a ciência do amor não é uma frase sentimental ou afetiva, mas um ato teológico, ato de caridade cristocêntrico, visto a caridade ser a maior das três virtudes teológicas, fé, esperança e caridade.

Neste texto, não segui tanto a "História de uma Alma", mas os seus "Manuscritos". Para isso consultei a "Revista de Espiritualidade" de abril- maio deste ano, nº 122, Edições Carmelo, revista que aprecio e recomendo a todos aqueles que desejam conhecer melhor a vida e espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus, nome com que é conhecida nesta terra.