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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

7/02/2024 08:00

É curioso como algumas músicas nos marcam para sempre, tem o condão de permanecer sempre actuais e sempre vívidas. Para além do deleite de ouvi-las e mentalizar o cenário que originalmente criamos com as mesmas, ou as experiências vividas e que se relacionam, soam sempre a novidade, despertam em nós uma sensação de bem-estar e quiçá plenitude, particularmente o New Age tem esse condão.

Em tradução livre, o retorno à inocência – Enigma - Return to Innocence de 1993 do Álbum - The Cross of Changes, é um hino que perdura não só dentro do género New Age, tal como, Era, Enya, Vangelis, Yanni, Deep Forest etc..., mas é uma música incontornável para qualquer melómano, ou mero ouvinte com bom gosto.

O retorno à inocência, não é mais que um encontro, um regresso a nós mesmos, ao nosso mais íntimo, o encontro da inocência. Daqui decorre a observação de que, o vício, a injustiça, a maldade nos é extrínseca.

De facto, é o mundo que nos rodeia que nos molda, e o mal espreita a cada esquina. É o mundo dos desejos, dos vícios, de uma suposta satisfação pessoal, digo suposta pois não é realmente uma necessidade verdadeira (considero a hierarquia de necessidades de Abraham Maslow, uma boa ferramenta para gestão, marketing e vendas, mas filosoficamente só existe num mundo de posse e do material, no ter ao invés do ser, pois em processos de renúncia espontânea da conveniência própria, deixa de ser racional), mas sim criada, moldada, se quisermos toldada pelos interesses que nos são externos. Curioso como tudo o que nos é externo agrilhoa-nos, coartando a liberdade.

Um homem só é livre se conseguir encontrar o seu íntimo, se regressar às suas primícias, eliminar o que lhe é externo.

Este exercício pressupõe uma reconstrução, se preferirmos edificação do Eu, uma criação pura de um ser, Livre, Justo, Puro, Honesto e Humilde.

Não é fácil, mas nesta vida o que é fácil?

Somos prisioneiros de uma vida vivida de fora para dentro, é o mundo dos desejos, dos vícios e da luxúria que nos impede a realização pessoal, desvia-nos e retira-nos o foco do que verdadeiramente importa.

A nossa vontade é esmagada pelo peso das circunstâncias e a erosão do embate diário “os Homens não se deixam prostar. Eles podem bater-se contra grandes coisas. É a erosão que os mata. São atraídos pelos reveses. Pouco a pouco têm medo.” J. Steinbeck, e subjugamo-nos à boçalidade de uma existência externa.

O mal é-nos estranho, mas precisamos regressar ao nosso mais íntimo, à nossa inocência primeiro, antes que o mal que deambula pelo mundo, nos encontre.

Procure no seu íntimo, e encontrar-se-á, nesse lugar reside toda a sua força e tendência natural para praticar o bem, e aí sim sentir-se completo, fazendo parte deste mistério maravilhoso que é a Vida!

Nada mais possuímos que a nossa íntima certeza no Amor.

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