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Artigo de Opinião

Advogada

2/06/2021 08:01

Como estará aquele jovem, o que já sofreu, o que terá vivido? Como estará a sua família? Será que tem família?

Não sabemos…, apenas sabemos que por esse mundo há crianças, jovens que não têm a possibilidade de comer, de brincar, de estudar, de viver! E o que fazemos? Não fazemos o suficiente…!

Na revista do Expresso, da edição do dia 28 de maio, sob o título "Luxo, o vírus não passa por aqui", foi mencionado, entre outras referências, que a Porsche no ano de 2020 cresceu 11% e que no setor do imobiliário "o segmento de luxo e premium são os menos afetados pela pandemia". Excelentes notícias, pois que bom que é saber que nem todos os setores de atividade estão em crise.

Contudo, são estas assimetrias que nos devem interpelar a proteger os mais frágeis, as crianças, os jovens, as pessoas vulneráveis, promovendo-os, concedendo-lhes as necessárias e adequadas ferramentas para que não se tornem escravos da miséria…, para que não pretendam morrer!

O nosso país, o mundo, precisa de todos e não há uma pessoa melhor do que a outra ou alguém mais capaz…, existem diferentes dons, diferentes carismas e todos são, igualmente, importantes em dignidade! Nunca poderemos dizer que a senhora que lava a nossa roupa ou que faz a nossa comida é menos do que nós…, precisamos tanto delas, como elas de nós …," todos são luzes e a gente se acende é nos outros"!

Neste mundo em que as crianças são um sinal de esperança e de alegria, "um dom para a Humanidade", temos a responsabilidade de criar os mecanismos e as estratégias suficientes para que a infância não lhes seja retirada!

Não podemos tolerar que milhões de crianças não tenham o pão para cada dia, que não frequentem a escola, por virtude da pobreza em que se encontram e da violência que se verifica nos seus países, que não lhes seja dada a possibilidade de brincar! Temos de ser capazes do melhor, pois uma sociedade que trata bem os seus meninos e as suas meninas traduzir-se-á numa comunidade com adultos, governantes, líderes e profissionais responsáveis.

Um dia uma menina, já cansada das discussões e zangas dos seus pais, quis desistir de ser feliz…, mas o seu anjo - da - guarda colocou-lhe no caminho um professor que, estando atento aos sinais, deu início a um trabalho em rede que permitiu que a menina voltasse a sorrir e a querer voar! Um bebé abandonado por quem lhe deu a vida foi acolhido por uma instituição que se encarregou de encontrar uma família que se tornou o seu colo, o seu amparo para a vida!

Não podemos descansar enquanto as "nossas crianças" forem maltratadas, violentadas, enquanto estiverem afastadas de uma adequada alimentação, educação e saúde. Elas são a âncora da vida e não podemos permitir que as suas esperanças se afundem no Estreito de Gibraltar ou em qualquer outro mar.

Miguel Torga diz-nos que existem três coisas sagradas na vida, a infância, o amor e a doença, e que tudo se podia atraiçoar no mundo, menos uma criança, o ser que nos ama, e um enfermo! Que nunca atraiçoemos uma criança e que façamos tudo o que está ao nosso alcance para que nenhum menino, nenhuma menina queira morrer. Nunca nos esqueçamos que "O que colocas na vida é o que consegues com ela".

Queridas crianças, um dia muito feliz, hoje e sempre!

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