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Artigo de Opinião

8/02/2024 08:00

Foi Pedro Nuno Santos, líder do PS, que abriu a época de debates para as eleições legislativas nacionais, frente a Rui Rocha, do IL.

A ajeitar a gravata, lá nos apareceu televisão dentro para mostrar o que (acha que) vale e, para isso, não se imiscuiu de afirmar, logo de rompante, “eu sou sério”, para se defender das alegadas “notícias insidiosas” de que foi alvo. Só que “à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta” e, no caso de Pedro Nuno, nem uma coisa, nem outra.

O candidato socialista disse que a diferença entre si e o outro candidato, é que este último sabe que não vai governar. Mas o que será deste país se Pedro Nuno chegar a Primeiro-Ministro?

Uma continuidade.

Uma continuidade assustadora que o socialista nem sequer soube defender, até porque, na verdade, não há nada para defender. Após um governo PS (ao qual pertenceu), o candidato do PS deveria poder mostrar trabalho, defender as medidas implementadas e lançar outras ainda mais audazes. Só que, para mal dos seus pecados e para (en)fado dos portugueses, o nosso país padece de problemas gravíssimos em áreas basilares como a saúde, a educação e a habitação.

Portugal é governado há quase dez anos, ininterruptamente, pelo Partido Socialista. Em 28 anos, cerca de 22 foram, mesmo, por si liderados. O país chegou ao caos absoluto e esse caos tem nome e tem progenitores.

Pedro Nuno, diante deste panorama, teve a lata de declarar que “temos de ter responsabilidade, não podemos ser aventureiros”, que Portugal precisa de um “projeto transformador”, que temos de governar com a realidade e “olhar para o tema com serenidade”. Pouco pode ser pior do que este teatro, do que esta incompetência, do que esta fuga às responsabilidades que teve, sobretudo, como membro do Governo da República.

Em Portugal, nesta altura, ainda existem milhares de alunos sem professor. O acesso à habitação é um rosário. Sobre os jovens adultos, em início de vida profissional, nem uma palavra condigna. As urgências hospitalares estão a rebentar pelas costuras. Para marcar uma consulta num centro de saúde ou um atendimento numa loja do cidadão, as filas começam de madrugada. Aos professores foi-lhes negada a recuperação integral do seu tempo de serviço. Aos polícias, primeiro, negaram a igualdade de compensações e, depois, com eles reuniram, porque é tempo de campanha. Os consulados funcionam mal, à imagem do governo. O novo aeroporto continua em banho-maria. A TAP, idem. A redução da carga fiscal não é prioridade, mas os castigos à propriedade privada, sim. As autonomias regionais e os direitos das populações das ilhas têm sido pontapeados.

Aliás, sobre a autonomia de instituições insulares, tenho a dizer que registo, com tristeza, que só agora, em plena campanha eleitoral, alguns partidos digam que a respeitam. E depois? Estarão dispostos a respeitar as justas reivindicações dos portugueses da Madeira e dos Açores?

Mas, para finalizar, recordo que Pedro Nuno Santos, muito espantado, em resposta ao elenco de problemas descrito por Rui Rocha, respondeu a propósito do estado do país e por mais do que uma vez: “o que é que não funciona?”. De certo, para obrigar cada português a refletir sobre a tristeza que poderia ser esta continuidade. Para nos fazer lembrar do caos a que chegámos, por via das governações socialistas, e para nos levar a afirmar, sem medo: PS nunca mais!

“Desculpe lá, desculpe lá, peço desculpa”, foi aquilo que Pedro Nuno repetiu vezes sem conta. E eu acho que sim. Peça, Pedro Nuno. Peça desculpa e saia de cena.

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