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Artigo de Opinião

21/01/2025 08:00

Nos últimos anos temos assistido na praça pública a um desvirtuar das instituições democráticas feito tanto por alguns dirigentes de partidos políticos, como por algumas franjas da população, com e sem responsabilidades políticas. A História tem mostrado que este tipo de radicalismo abre o caminho a ditaduras. Portugal conheceu a última durante 48 anos. Percebendo que os populismos estão a ganhar adeptos, Luís Montenegro segue o mesmo tipo de discursos e posturas, achando que, ao abandonar a ideologia social-democrata, vai disputar eleitorado à extrema-direita radical. Tudo faz para se manter no poder.

Na RAM este tipo de atitude não é novidade alguma. Ao longo de quase 50 anos assistimos a uma contínua deslegitimação tanto da Assembleia Legislativa, como dos e das deputadas que lá exercem o cargo para o qual foram eleitos. Têm conseguido que uma parte da população veja toda a atividade política que não seja a do partido laranja como algo maléfico e que não merece respeito. Acham até legítimo perseguir e prejudicar quem não pensa como eles.

Alberto João Jardim raramente ia à ALRAM prestar contas. No trato com deputados da oposição eram comuns os insultos. Dizia que “lá dentro” era tudo “um bando de loucos”, chegando a afirmar que não falava com “patas rapadas”. Tratava Cavaco Silva, presidente da República, por “Sr Silva” e o 1º ministro por “Sr. Pinto de Sousa”. Referia-se à comunicação social do continente como “os bastardos da comunicação social”. Dizia que Portugal, era gerido por 3 lobbies: o gay, o da comunicação social e o da droga. Por isso, a RAM tinha de estar à parte deste bando de loucos. Entre outros casos, referiu-se ao historiador e militante socialista António Loja, em artigos na comunicação social, como “pirado”, “vira-casaca” “endoidou”, “ordinarote”, “homenzinho”. Só foi a julgamento após perder a imunidade que o cargo de presidente do GR lhe conferia. Argumentou que toda essa linguagem fazia parte do debate político.... Após adiamentos sem fim, escapou ao julgamento, pois o processo acabou por prescrever. António Loja faleceu sem ver julgados os crimes de difamação, injúria e abuso da liberdade de imprensa que imputou a Alberto João Jardim.

Criticando o seu antecessor e afirmando que faria o oposto, Miguel Albuquerque chegou ao poder, mas a estratégia continuou a mesma. Não se afastou dos cargos para não perder a imunidade. Colocado num beco sem saída, encontrou na violência verbal e no desrespeito pelos adversários políticos e pela população a forma de enfrentar os bloqueios que não consegue superar. A sua incapacidade de encontrar soluções governativas democráticas leva-o à perseguição de pessoas do seu próprio partido e ao insulto público de quem não pensa como ele. Tal como o seu antecessor, desvaloriza o parlamento madeirense e considera estéreis quaisquer soluções apresentadas pela oposição. Todas as propostas feitas foram sempre reprovadas pela maioria laranja, optando o PSD, mais tarde, por copiar algumas delas e apresentá-las como suas.

Vamos ter eleições na RAM a 23 de março. Através do voto e da abstenção será a população a decidir o que pretende. Pode voltar a escolher quem está constituído arguido por suspeitas de corrupção e que prefere o insulto ao estabelecimento de consensos, mantendo as políticas repetitivas e estafadas de 48 anos, governando sempre para os mesmos. Mas pode também optar pela alternativa democrática, experimentando mudar a vida, citando o Padre Martins, dando oportunidade de governo a quem tem soluções concretas e diferentes para melhorar a vida das pessoas na Região.

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

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