Como já se previa, o Orçamento do Estado para 2025 foi aprovado. Uma boa notícia para os Portugueses em geral – desde logo porque se evitou mais uma crise política no país –, e para os Madeirenses em particular, na medida em que a versão final do documento é substancialmente melhor para nós do que aquela apresentada pelo Governo.
Só da parte do PSD-Madeira foram aprovadas 19 propostas em sede de especialidade, fruto do trabalho levado a cabo na Assembleia da República – a fazer lembrar os tempos do Dr. Guilherme Silva –, mas também de sensibilização junto dos membros do Governo da República, para os convencer dos méritos das nossas propostas – esta é a fórmula do sucesso, não há que enganar.
Entre as propostas aprovadas constam reivindicações de há anos, como sejam a regularização das dívidas do Estado à Região na área da saúde e o lançamento do concurso público para a ligação marítima de passageiros entre o continente e a Madeira, mas também pretensões recentes, entre as quais o (justo) acesso a todos os programas financiados pelo Fundo Ambiental, cujo orçamento para 2024 ronda os 1,8 mil milhões de euros, que permitirá canalizar milhões de euros por ano para a Região e que, estranhamente, passou quase despercebido junto da opinião pública.
Mas em muitos casos, é preciso dizê-lo, este é apenas o início do processo, havendo propostas que carecem de trabalho subsequente, que terá de ser monitorizado muito de perto pela Região – num trabalho de paciência, mas necessário –, para que passem à prática. Porque já chega de anúncios inconsequentes do tempo do PS, o mesmo que, ironicamente, e depois de quase uma década de governação desperdiçada para solucionar muitos destes processos, tem agora a veleidade de tomar a dianteira na ambição de os resolver. É verdade que nunca é tarde para o arrependimento, mas exigia-se ao menos um pouco mais de coerência e de recato, já que não é sério pedir mundos e fundos quando estamos na oposição e nada resolver quando somos governo.
Pensões – o caminho sinuoso para uma medida justa
No verão passado, e para evidente incómodo do PS – que ainda se vê como o único defensor dos pensionistas –, o Primeiro-Ministro, num golpe de mestre, anunciou o pagamento de um suplemento extraordinário aos pensionistas com rendimentos mais baixos.
Pois bem, agora foi a vez do PS jogar a sua cartada, propondo um aumento adicional permanente das pensões em 1,25%, que vai somar aos 2,3% da atualização automática.
Ganham, e bem, os pensionistas, sobretudo os que têm pensões mais baixas, mas este é claramente um daqueles casos em que se exigia um pacto de regime.
A língua portuguesa sobreviverá?
Está cada vez mais generalizada a utilização de palavras e expressões anglófonas. É por todo o lado e para todos os gostos; são nomes de empresas, de lojas e de eventos culturais e desportivos; é nas notícias, na publicidade, nos jornais, na rádio e até em títulos de artigos de jornal. Até no serviço público de rádio e de televisão é comum ouvir-se expressões por vezes quase completas em inglês, que a grande maioria da população não consegue entender. Mas o que importa?!
Percebe-se que num mundo global em que o inglês é a língua universal – para grande desgosto dos franceses, que também aqui definham –, a tentação de utilizar anglicanismos seja grande e até natural – ainda por cima é “chique”, vende bem e passa uma mensagem de leveza e de modernidade –, mas, por favor, façamos um pequeno esforço para preservar a língua de Camões, símbolo maior da nossa identidade.