Provavelmente, a esta hora, estão a pensar que é preciso ter uma grande lata para ter uma opinião e fazer exactamente o contrário. Sim, eu sei que eu sou o primeiro a contradizer a teoria do "cada macaco no seu galho". Na verdade, sou um primata em seara alheia. Falo de tudo e de nada. Umas vezes por tudo. Outras, por nada. Mas, a bem da verdade, nunca vos disse que era um exemplo. Nunca vos menti! E, a ser como defendo, nunca teria escrito algum artigo de opinião. Ao contrário de muitos, cada vez sei menos…

Porém, por estes dias, num programa em que se debatia o escândalo da Igreja Católica, achei pertinente ter sido dado tempo de antena a Paulo Pedroso. Nada mais, nada menos que um antigo arguido e acusado (sem que tenha sido condenado) por crimes de abusos sexual de menores. Juro. No momento ainda fiz um compasso de espera. Não mudei logo de canal. Quis saber se o apresentador era o Carlos Cruz e o outro comentador, um tal de Bibi… Estaria, então assim, reunido um painel de luxo. Só gente que percebia da p(h)oda. Mas não. Eram uns leigos quaisquer. Ainda assim, resisti e vi até ao fim. Não que estivesse interessante, mas sim porque fiquei curioso. O que seria que vinha depois na grelha? O Duarte Lima a dissertar sobre maus tratos a idosos? O Salgado a opinar sobre crimes de colarinho branco? Tudo gente entendida nas matérias…

Não foi preciso esperar muito. Passados alguns dias, "novo" caso. Só que desta feita, completamente injusto. Então não é que decidiram voltar a implicar com a nossa deputada Patrícia Dantas? Sim, nossa porque foi eleita cá pelo burgo. Já toda a gente sabe que a senhora está acusada há anos. Já toda a gente desconfia que não vá dar em nada. Já toda a gente tem a certeza que a senhora é inocente. No entanto, insistem em implicar com ela porquê? Que mania da perseguição. O que é que tem a ver o facto da senhora deputada estar a ser julgada num megaprocesso por fraude na obtenção de subsídio, com fazer parte da Comissão Parlamentar de Inquérito à Tap? Nada. Nadinha. Zero. Perguntar não ofende, pois não? Só pode ver maldade nisto, quem, de facto, não for de bem… Óbvio! Até o Montenegro já veio desvalorizar. Para mim, está claro. Não passa de mais um erro de casting…

Outro erro, mas desta vez de marketing, foi a escolha do Presidente do Brasil para discursar na Assembleia da República de Portugal nas comemorações do 25 de Abril. Será, caso não desistam da ideia, o primeiro chefe de Estado estrangeiro a fazer um discurso nessa data. Mas esperem aí… Talvez a escolha não tenha sido assim tão descabida! Quem melhor para falar de liberdade, do que um ex presidiário? Só dois… Venha então daí o Sócrates e fica o assunto arrumado! Ok, eu sei que temos muitos mais, mas a festa só dura um dia. Não podemos levar todos. Tenham paciência. Para o ano levamos outros. E no ano seguinte outros. E no seguinte outros. Estamos garantidos, pelo menos, até 2074.

Enfim. Só não percebo é o espanto quando, uma ou outra vez, se silenciam alguns (des)entendidos. O que aconteceu ao Sérgio Marques? Ficou mudo. Porquê? Foi falar de coisas tontas. Sem nexo. Algum dia se inventaram obras na Madeira? Não houve uma única que ficasse por fazer, senhor ex deputado. Nem uma. Fizeram-se becos. Alargaram-se veredas. Requalificaram-se travessas. Tudo e mais alguma coisa. E sempre a favor da população.

Como não sou ingrato, aproveito a oportunidade para agradecer a construção da via rápida e propor, uma vez que o aeroporto já tem nome, que esta VR1 seja batizada como VR1AlbertoJoãoJardim. O meu amigo já disse que não quer nada disso, mas é merecido. E estas coisas são para serem feitas em vida. O seu a seu dono. Se há quem tenha feito obra, pronto e dívida também, foi sua excelência. Já outros, na tentativa de o imitar, só têm obrado. Volte, está perdoado.