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Artigo de Opinião

Investigador na área da Educação

8/03/2021 07:45

No entanto, quando assistimos a valores que noutras áreas nos devem preocupar e fazer refletir no que se deverá fazer para melhorar. Neste particular, aqui, atingimos a meta validada em Portugal, em 2020, de 8,9% de taxa de abandono (precoce) daquela população situada entre os 18 e os 24 anos sem ensino secundário ou educação/formação equivalente. Trata-se não só de ter passado de uma taxa perto dos 50% no início da década de 1990; como sobretudo de ter acelerado enormemente esta tendência decrescente a partir de 2008 a 2015 em quase 20 pontos percentuais, cumprindo simultaneamente a convergência europeia -assumida na cimeira de Lisboa em 2000, que colocava a meta aos países da União Europeia (UE) de 10% na taxa de abandono escolar precoce em final de 2020.

Merecerão, assim, o devido reconhecimento as organizações públicas com responsabilidade no sistema educativo sem, contudo, se dever descurar os jovens e, em particular, as famílias na perceção da importância crucial da educação e da formação.

Já o referimos anteriormente, neste espaço de opinião, que hoje se reveste por demais evidente, que se uma das dimensões relevantes diz respeito à estrutura social da educação no seu sentido mais genuíno; a esta se deve aliar, também, uma visão mais pragmática, quiçá funcionalista, da qualificação. Se introduzirmos, então, no contexto da denominada relevância de uma teoria do capital humano, o papel da escola, encontramos aqui, para esta, o relevante desempenho social de qualificação das pessoas. Mais, quando esta qualificação passou a ganhar importância, na medida em que a qualificação escolar está adequada à divisão técnica do trabalho conferindo-lhe uma relevante ação legitimadora na estrutura social, teremos uma instituição social de relevo e cometeremos, simultaneamente, à Educação, na sua dimensão de formação, um papel relevantíssimo em termos da sociedade.

Paralelamente, o dado de referência para avaliar o impacto das qualificações na sustentabilidade das empresas é a fórmula apurada pela OCDE, nos relatórios que medem as qualificações dos países. Este organismo internacional aponta que por cada ano de escolaridade a mais na média da população, o PIB dos países sobe 0,5%, o que significa que, se Portugal tivesse uma escolaridade média idêntica à europeia poderia, até, ter um PIB superior em 20 pontos percentuais. Melhorar assim a qualificação da população portuguesa, para além das razões estritamente educacionais tem, estamos a ver, relevo na produção da riqueza do país.

Refletindo assim, sobre aqueles indicadores, entre nós, não de deixa de ser relevante que muito deste caminho está a ser percorrido. E bem! Por esforço de todos e sem exclusivos de uns.

Traduzem, na sua essência, a convergência com a estratégia da UE para o crescimento e o emprego para a década em curso. Colocam a enfâse no crescimento inteligente, sustentável e inclusivo como forma de superar as deficiências estruturais da economia europeia, melhorar a sua competitividade e produtividade e assegurar uma economia social de mercado sustentável. Tudo aspetos, diríamos, cruciais, mais ainda "no tempo" em que a europa se encontra e cujo período de recuperação vai demorar a ultrapassar. "Tempos" onde os jovens sem qualificações estão a ser os mais penalizados por trabalho precário e desemprego que urge ultrapassar.

Entre nós cumpre não perder de vista todos os outros países, pelo que devemos andar muito mais rápido, até porque aquilo que nos espera de competitividade europeia e mundial é enorme. Teremos inclusivamente de redobrar o esforço para chegar a níveis relativamente estáveis, sabendo nós que a educação é o que faz a diferença, também no que diz respeito à dinâmica económica das várias sociedades.

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