Começo este projeto de reflexões regulares, por refletir na final do Festival da Canção 2022. Ganhou o passado. Saudade, Saudade, uma música agradável, boa melodia, sobre um dos grandes sentimentos nacionais, saudade. Um luto por fazer, uma prisão do passado. Encanta o ouvido e a mente, num local fácil de ficar e difícil de sair. Presos na perda. E ganhou o festival, porque somos um país preso no passado. Presos a uma glória efémera do passado. Em vez de utilizarmos as capacidades de cada um para desenrascarmos um futuro melhor, um futuro que cuida de todos e do planeta, continuamos nos atalhos da ganância, poder e tradição. Tradição é prisão. Tradição são abusos e maus-tratos, vestidos de roupas de glória vazia. Precisamos de movimentos de mudança, como DÉGRÁ.DÊ, Fado Bicha e tantos outros. Movimentos que libertem a mente, que nos desafiem a sermos melhores seres humanos. E que nos desafiem a não temermos a mudança e a diferença.

A Saúde Mental está a mudar. Quem procura os cuidados de saúde mental está a ficar mais exigente. Aqueles que se informam, que pesquisam e que se atrevem a ser curiosos conduzirão a melhores cuidados de saúde. Não há mudança real, sem que as pessoas exijam melhores cuidados de saúde. E para exigirem, têm de conhecer o que são bons cuidados de saúde. E é esse o meu grande objetivo com estes textos. Que ao longo das próximas semanas o leitor possa compreender o que deve encontrar quando procurar ajuda.