O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, assinou o despacho que possibilita a aquisição, pelo Exército, de helicópteros para apoio e resgate, à semelhança de vários países aliados, anunciou hoje o governante.
“Assinei o despacho que permitirá, pela primeira vez, que o Exército venha a adquirir helicópteros de apoio, de proteção e evacuação, que marcarão o início da edificação da capacidade de meios dados a rotativa neste ramo”, afirmou Nuno Melo.
O ministro falava perante centenas de militares dos três ramos das Forças Armadas – Exército, Força Aérea e Marinha – no discurso de encerramento da Semana do Exército, que se realizou esta semana na cidade da Guarda.
“Tal qual acontece com muitos outros Exércitos de países aliados, também o Exército português passará a contar com esta capacidade adicional e diferenciada, que em boa verdade está prevista na Lei de Programação Militar, que permitirá movimentar pessoas e materiais perante a condução de operações terrestres em todo o espetro das operações militares: ofensiva, defensiva, estabilização e apoio civil numa perspetiva de duplo uso”, acrescentou.
No final da cerimónia, o ministro da Defesa Nacional disse aos jornalistas estar em causa uma capacitação no “valor de 40,8 milhões de euros, por um tempo de cinco anos”.
No entender do ministro, e tendo em conta os números normalmente processados nas Forças Armadas, “nem sequer é um investimento de monta exagerada, sendo que é absolutamente crucial, tendo em conta aquelas que são as missões do Exército”.
“É uma capacitação que o Exército há muito reclamava e que fará no futuro muita diferença. Estamos a falar até quatro helicópteros e que são de duplo uso”, adiantou o governante.
Segundo o Estado-Maior do Exército, os helicópteros irão ficar sediados na unidade militar de Tancos e o primeiro chegará em 2026.
Sobre o investimento em causa, Nuno Melo esclareceu que “não é apenas para os helicópteros”, mas também para “outros investimentos conexos que têm de ser feitos, nomeadamente com aeródromos, formação e tudo aquilo que está envolvido na localização” desses meios.
“Ficarão ao serviço do Exército e serão de apoio às tropas onde sejam necessários, numa equivalência a outros Exércitos aliados, em muitos lados do planeta. O importante é a atualização de melhor equipamento, moderno, ao serviço do Exército, que é muito importante”, sublinhou.
O chefe do Estado-Maior do Exército, Eduardo Mendes Ferrão, acrescentou que os helicópteros vão, em primeiro lugar, “proteger as tropas quando estão no solo, quer nas operações em teatro europeu, quer, sobretudo, nas operações na República Centro-Africana”.
“Depois tem uma vertente de apoio, porque têm uma capacidade de transportar as nossas tropas para fazer operações aeromóveis e aerotransportadas”, indicou, acrescentando a valência de transporte de feridos.
Eduardo Mendes Ferrão esclareceu que as aeronaves têm capacidade para “cerca de 12 militares”, cada uma, e poderão ser integradas no sistema de apoio militar de emergência do Exército, que se articula com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para as missões de apoio civil.
“[Em relação a] combate a incêndios, ainda não temos a garantia que venham configurados para essa modalidade. Para já, transporte, busca e salvamento terrestre”, afirmou.