Paulo Pereira, presidente da delegação regional da Ordem dos Economistas, considera que os valores crescentes dos Orçamentos, quer seja regional e nacional, é um problema.

"O problema do País é também o da Madeira que é um crescente peso do Orçamento. E os números falam por si. Todas as câmaras, entidades públicas…todos orgulham-se de ter o maior orçamento de sempre", nota, indicando, a título de exemplo, que a percentagem de PIB da União Soviética era de 100 por cento. "Ou seja, o Governo era tudo na economia e não consta que fosse muito bom lá viver", observa o economista.

Ainda no âmbito do Orçamento Regional, recentemente aprovado, Paulo Pereira recordou ainda uma noticia recentemente avançada pelo JM em que o secretário regional das Finanças, Rogério Correia, que falava sobre o aumento da receita do Estado.

"Ele dividia esse aumento em duas causas: uma dava a mão à palmatória, como todos os políticos têm de dar, que a inflação era boa para os Estados que captavam mais receitas, e a outra, curiosamente, assume que poderá ter sido alavancado pelo crescimento económico provocado pela descida de impostos. Ou seja, há uma assunção de que a descida de impostos provoca crescimento económico. Se é tal, porque é que não se faz mais?", questiona o economista.

"Se temos o IRC mais baixo do País e é louvado como grande motor de alavancagem da nossa economia, que é verdade que em parte é, que é deixar dinheiro do lucro das empresas dentro das empresas, é isso que o IRC retira, mas quando vamos falar do IVA o senhor presidente do Governo Regional e o secretário regional das Finanças sistematicamente defendem que se baixarem a taxa do IVA isso é perigoso e inócuo para a economia porque é dinheiro que fica nas mãos dos empresários. Mas é dinheiro que quando é do IRC é bom que fique, mas quando é de IVA é como se estivesse pintado de uma cor diferente, já não é bom que fique porque vai faltar para a Saúde e para a Educação", afirmou.