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Soweto: 48 anos da revolução estudantil

A África do Sul comemora, amanhã, dia 16 de junho a revolução estudantil ou da “Classe de 76” como é de vulgo conhecida.

Foi uma ação de protesto, desespero, revolta contra a injustiça, discriminação e opressão, uma revolta que foi o ponto de não retorno que forçou o “apartheid” a genufletir, uma revolta estoica dos jovens estudantes do Soweto na luta por uma educação condigna e por uma vida melhor.

Três décadas após a incoação da democracia, na África do Sul, os jovens de hoje são acusados de apatia alarmante, em relação a eleições, apenas 5% dos recenseados votaram, e é notória a sintonização crónica às redes sociais, as quais certamente por desleixo ou desinteresse omitem o verdadeiro valor, estoicidade e significado da ação de protesto da “ Classe de 76”, provocando nos jovens o abstencionismo para o exercício do seu direito de voto.

É muito lamentável ignorar, não fazer saber ou relembrar essa ação de valentia da “Classe de 76” e de a celebrar todos os dias, colher ilações para estabelecer uma África do Sul melhor como todos desejamos.

  • Soweto: 48 anos da revolução estudantil

A imagem de Hector Pietersen adeja sobre as celebrações do 16 de junho que terão lugar no Soweto, junto ao monumento erigido em memória do estudante-herói que sacrificou a sua vida numa escaramuça frontal com as forças policiais nas imediações onde atualmente existe o monumento erigido em sua memória.

Por isso mesmo a efeméride sangrenta que se celebra no Soweto a 16 de junho este ano deve constituir um momento de renovação de modo a alavancar e articular as vozes robustas e firmes de uma juventude que de momento sofre na carne e no sangue - 30 anos depois da incoação da democracia - de falta de habitação, vive em locais inadequados, o que dificulta o seu desenvolvimento, continua a sofrer as agruras das desigualdade sociais, má governação, pobreza abjeta, desemprego, falta de acesso à educação online por falta de computadores, corrupção, falta de segurança e uma repelente arrogância política que se evidencia muitas vezes desinteressada dos problemas que afetam de maneira atroz a juventude sul-africana.

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