Pedro Ramos, secretário regional da Saúde, já reagiu à demissão da ministra da Saúde, Marta Temido. Em declarações à 88.8 JM FM, o governante classificou como "natural" a apresentação da demissão, dada a dificuldade em dialogar por parte da ministra com os vários setores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e acrescentou que não virão consequências para a Madeira.
"Não estamos surpreendidos, eu julgo que esta demissão já vem tardia. Naturalmente que a informação que estava a ser divulgada e transmitida por parte da comunicação social para a opinião pública é que a senhora ministra estava com dificuldades em lidar com os parceiros do setor, nomeadamente com as ordens, com os sindicatos e também com os colegas do SNS público, mas também do convencionado e do privado", salientou Pedro Ramos, aditando a problemática que a situação acarretou. "Esta dificuldade no diálogo estava a trazer problemas adicionais", constatou.
Organização ‘arcaica’
No mais, o tutelar da pasta da Saúde na Região considerou que a falta de diálogo caracteriza, atualmente, o setor, versando num défice, sobretudo, de "planificação e organização".
"Não podemos ter, em pleno século XXI, num momento de digitalização da Saúde, uma organização do tempo de 1976 do António Arnaut [fundador do SNS], porque esta já não é benéfica para a população portuguesa".
Atual sistema com "efeitos muito negativos, muito adversos"
Para o secretário regional, não há dúvidas que se impõem grandes mudanças, sendo que o sucessor(a) de Marta Temido, perspetiva, terá de ter "a coragem de assumir essas mudanças e de introduzir alterações, que estão a ser propostas pelos principais parceiros, nomeadamente pelos profissionais da Saúde, aqueles que estão no terreno e que sentem que este sistema e este modelo de organização não está a resultar e, neste momento, tem efeitos muito negativos, muito adversos".
Madeira salvaguardada
Por outro lado, como a Madeira tem a Saúde regionalizada, Pedro Ramos não antevê grandes consequências para a Região decorrentes desta demissão.
"A Madeira vai continuar com o seu modelo organizacional e sempre aberta a todas as mudanças e transformações", garantiu.
Romina Barreto / Miguel Guarda