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Conheça o discurso de Sara Madruga que motivou assobios no Conselho Regional do PSD

Edmar Fernandes

Subdiretor JM

Data de publicação
01 Fevereiro 2024
23:39

Sara Madruga foi uma das oradoras do Conselho Regional do PSD-M esta quinta-feira.
A sua intervenção não congregou apoio, porque entende que a hora é de convocar eleições antecipadas.
A antiga deputada na Assembleia da República partilhou o seu discurso, que reproduzimos na íntegra.
”Estamos incrédulos com as notícias que têm vindo a público.
Todos nós lamentamos esta situação.
Pedi a palavra, para manifestar a minha solidariedade com o meu partido, o partido no qual milito há mais de vinte anos e para expressar a minha opinião como sempre de forma livre, com garra e convicção.
Aproveito ainda para deixar uma palavra de conforto aos nossos companheiros Miguel Albuquerque e Pedro Calado.
Mas caros companheiros, as coisas são como são e por muito que lamentemos toda esta situação, temos de pensar no futuro do partido, e sobretudo no futuro da Madeira.
E é isso e apenas isso que me preocupa, enquanto militante e como madeirense.
E quando digo que temos de pensar, que temos de refletir, refiro-me a todos. A cada um de vós. Aos que estão nesta sala e aos militantes que cá não estão.
A decisão sobre o nosso futuro deve ser de todos e não de uma cúpula ou de um grupo restrito.
O nosso futuro, não pode estar condicionado pela decisão de 2 ou 3 pessoas.
O partido é de todos e não de alguns.
As decisões devem ser transparentes e devem envolver todos.
As decisões devem ser tomadas por quem tem legitimidade.
A legitimidade e a autoridade são fundamentais em política e em democracia.
Um Governo e um líder de um partido têm de ter autoridade e legitimidade.
Um Governo que não foi eleito diretamente tem a sua legitimidade política diminuída. Se ainda por cima e nas actuais circunstâncias, for indicado pelo seu antecessor e por 2 ou 3 pessoas, a sua autoridade é muito, mas muito reduzida.
Se tudo isto não bastasse, a probabilidade de o Presidente da República não dissolver a Assembleia e não marcar eleições é reduzidíssima.
É por isso que considero que esta solução não faz sentido e é um erro. Esta solução não impede as eleições, ainda as reforça. Esta solução é fator de instabilidade e de confusão junto da população.
Então eu pergunto:
O que é que a Madeira ganha em ter um Orçamento aprovado em março e não em fevereiro?
O que é que a Madeira ganha em ter um Governo novo para meia dúzia de meses?
Vamos por os madeirenses e a economia em stand-by?
O quê que o PSD ganha em adiar a escolha de um novo líder?
O que ganhamos em ter um Presidente do Governo que não será o Presidente do partido?
O novo Presidente do partido, terá sempre de ser escolhido por todos em eleições diretas e em congresso.
E permitam me que lhes diga que os exemplos de governos de substituição que o Presidente da Mesa referiu nada têm que ver com a situação que ora discutimos, já que a razão e os motivos subjacentes nada têm que ver com os da Madeira.
É por isso que independentemente de quem venham a ser os indicados, não me revejo nesta solução, nesta metodologia de adiar a aprovação do Orçamento e de indicar um novo governo, manifestando-me no local próprio contra.
Se olharmos para o que está a acontecer na europa, verificamos que praticamente todo os governos de substituição e que não têm legitimidade democrática não duraram muito tempo e que os partidos que os suportavam perderam as eleições.
É por tudo isto que defendo um outro caminho e uma solução diferente.
O nosso foco deve ser a Madeira e a preparação urgente para as eleições.
Um partido como o nosso, não pode ter medo de ir a eleições.
Precisamos de virar rapidamente esta página, de marcar congresso, escolher uma nova liderança e de regenerar o partido.
Quanto mais tempo demorarmos a fazê-lo pior será.
Continuamos a ter os melhores quadros para ganhar as eleições, mas precisamos de lhes dar uma oportunidade e de mudar urgentemente de protagonistas.
Este ciclo terminou, é tempo de dar espaço a novas caras, as novas políticas, de aproximar o partido novamente das bases e do povo.
A solução é marcar congresso, para rapidamente decidir, como é que o PSD se vai apresentar nas próximas eleições regionais, com quem e com que programa?
Não podemos perder mais tempo. É altura de pôr as mãos à obra, para voltar a conquistar a confiança e o voto dos madeirenses e porto-santenses.
Eu acredito que é possível.”

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