O Centro LGBTI+ da Região Autónoma da Madeira celebra hoje, dia 6 de setembro, o seu 2.º aniversário.
“Somos o 2º centro do país e o único a funcionar a tempo inteiro. Desde a abertura, que a Opus Gay Madeira, delegação regional da Opus Diversidades, tem estado a dinamizar o seu funcionamento aqui na Região”, recorda Paulo Spínola, coordenador do núcleo.
A Opus Gay Madeira faz o acompanhamento e orientação nas áreas do bullying e cyberbullying, da violência doméstica e ou de género, da saúde mental, da saúde sexual, processo de identificação pessoal e “Coming out”.
Reforce-se que o acompanhamento e aconselhamento é, como afirma o coordenador, “fulcral para a comunidade LGBTI+ e respetivas famílias”.
“Com as atividades desenvolvidas, procuramos diminuir sentimentos negativos, como a baixa autoestima, a ansiedade, o pânico, a depressão e a ideação suicida. Combatemos estereótipos e preconceitos que levam à discriminação, à exclusão social, à marginalização e a situações de sem abrigo”, explica, dando conta de que, neste último mês de agosto, receberam mais quatro pedidos de acompanhamento psicossocial.
“Fazemos um trabalho de psicoeducação e prevenção nas escolas e instituições públicas e privadas (ações de sensibilização e de formação). Com as ações de sensibilização/palestras, pretendemos despertar consciências junto do público- alvo relativamente às temáticas e problemáticas acima enunciadas, contribuindo assim para uma maior informação e sensibilização dos efeitos negativos da discriminação nas comunidades minoritárias, bem como, uma melhoria da saúde mental da população que se identifica como LGBTI+”, acrescenta.
Este é um trabalho que a associação considera “de extrema importância”, uma vez que “o combate à desinformação, à discriminação e ao bullying entre as camadas mais novas, o que resulta num bem- estar pessoal e curricular e que, consequentemente, se traduz numa diminuição das taxas de insucesso e abandono escolar, assim como, nos sentimentos depressivos e ansiosos”.
!Com as formações temos conseguido formar profissionais das mais variadas áreas para uma linguagem mais inclusiva e uma informação mais correta e menos preconceituosa e estereotipada sobre a comunidade LGBTI+. Conseguindo-se, assim uma melhor relação entre os serviços existentes, a comunidade escolar e a sociedade no geral. Contribuindo também para o próprio desenvolvimento pessoal e profissional de todas as pessoas envolvidas”, frisa Paulo Spínola.
Entre formações e ações de sensibilização, neste último ano o Centro chegou a cerca de 1.200 elementos da população em geral.
De forma a assinalar o 2.º aniversário, realizará nas suas instalações, no dia 7 de setembro, duas exibições (às 16 e às 20 horas) do documentário ‘Drag: A Arte do Transformismo!’. Um documentário sobre a arte e a história do drag, protagonizado por artistas que vivem ou que têm ligações com a Região.
“Entre as exibições do documentário, teremos um pequeno espetáculo drag. A entrada tem um custo de 3 euros que reverterão integralmente para as artistas”, informa.