O CDS considera que a Madeira está a passar pela pior crise política desde a implantação da Democracia e da fundação da Autonomia.
“Desde o início deste ano, vivemos numa instabilidade política quase permanente que afeta a vida dos cidadãos, das famílias e das empresas.
Ficamos sem Orçamento e sem Plano de Investimentos para o próximo ano, paralisando a administração pública, bloqueando a progressão nas carreiras e as valorizações salariais, barrando a redução de impostos, nomeadamente o IRS, travando os apoios às instituições de solidariedade social e o aumento do complemento dos idosos, atrasando os investimentos públicos e o reforço na construção de habitação que é tão necessária.
Não bastava esta realidade e há a perspetiva de ficarmos sem governo na próxima semana, com todas as consequências que isso acarreta para a governabilidade da Região”, afirma nota à imprensa do gabinete de comunicação do partido.
“Salvou-se ontem a aprovação, pelo parlamento, da subida do salário mínimo para 915 euros, uma proposta do CDS apresentada ao Governo Regional, no âmbito das negociações para o Orçamento do próximo ano.
É por tudo isto, e perante esta realidade, que o CDS-PP Madeira apela ao Chega para que retire a moção de censura ao Governo Regional e possibilite a aprovação rápida de um Orçamento para 2025.
O CDS até percebe que o Chega queira liderar a iniciativa e marcar terreno na oposição, mas o partido tem de perceber que os interesses regionais devem sobrepor-se a qualquer interesse partidário.
A moção do Chega é um libelo justiceiro contra o presidente e o Governo Regional, mas é bom recordar que a Assembleia Legislativa não pode nem deve substituir-se à Justiça.
A separação de poderes é um princípio sagrado do Estado de Direito Democrático e o Parlamento não pode transformar-se num Tribunal.
O CDS apela ao sentido de responsabilidade do Chega, para que a Madeira possa continuar com estabilidade e governabilidade, fazendo refletir na vida das pessoas o crescimento económico que a Região tem vindo a registar.
A economia está bem e a política nunca esteve tão má. Esperemos que a política não venha prejudicar o crescimento económico e a justiça social.
Os madeirenses não querem eleições, querem soluções; os madeirenses não desejam crispação, desejam negociação; os madeirenses não querem instabilidade, querem responsabilidade.
Realizar de novo eleições regionais, as terceiras no espaço de um ano e meio, é tempo perdido e dinheiro mal gasto, que poderia ser investido no social ou na habitação.
Além disso, o Chega deve avaliar as consequências políticas da sua estratégia, que só tem favorecido a possibilidade de uma geringonça na Madeira e o crescimento da esquerda demagógica.
A repetir-se na moção de censura a coligação negativa que chumbou o Orçamento, estaremos perante um conluio entre a extrema-direita e a esquerda, que é altamente preocupante para o futuro da Região e da Autonomia.
É nesse sentido que o CDS apela, mais uma vez, ao sentido de Estado de todas as forças políticas e, em particular, do Chega que apresentou a moção de censura.
Ainda vamos a tempo de mostrar aos madeirenses que há maturidade e bom senso na política regional”, é relatado.