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Artigo de Opinião

Professor

14/03/2021 08:00

Não vem isto a propósito das Fonduras, no alto das serras de Machico. Porque o vereador PS do Santo da Serra apenas propôs que se melhorasse o pavimento já existente, de modo a dar melhores condições de circulação. O que não deixa de fazer sentido. As zonas de reserva natural podem e devem ter acessos. Não é isso que dá cabo do ambiente. O que dá cabo do ambiente é não haver educação nem mão pesada. Não haver fiscalização eficiente nem castigo para os prevaricadores. E nisso os socialistas são os campeões do "laisser faire, laisser passer". Quando estão na oposição ficam em estado de alerta, acusam tudo e todos, mesmo sem razão, como aconteceu com a Quinta do Lorde, mas quando vão para o poder fecham os olhos a tudo. Porque autuar, multar, mandar demolir, dá muito trabalho e tem muitos custos políticos. O melhor é estar quieto. Fazer-se de morto. Como se vê, assim, é fácil ser amigo do ambiente e dos planos de ordenamento.

São evidentes as repetidas prevaricações urbanísticas e ambientais há anos permitidas pela atual Câmara de Machico, com pequenas construções clandestinas e depósito de detritos em zonas florestais ou de prados naturais, onde não é permitida qualquer utilização pelo Plano Diretor. Basta olhar atentamente para se perceber as ilegalidades consentidas na zona de aproximação da laurrissilva, na reserva das Fonduras. Basta ver as pequenas construções, pequenas habitações, arrecadações ou os chamados de palheiros, sem vacas, que pululam pelas encostas do vale, invadindo a natureza.

Quem quiser maiores evidências vá visitar a denominada zona das Feiteiras, na montanha que separa Machico do alto do Caniçal. Basta subir o caminho agrícola, na saída do antigo túnel, para se deparar com um dissimulado amontoado caótico de construções, numa outrora larga mancha verde, que nada têm a ver com apoio à agricultura, oferecendo um aspeto terceiro-mundista, num município liderado por um partido que reúne a simpatia dos autodenominados intelectuais de esquerda, amigos do ambiente, defensores das regras urbanísticas e promotores do ordenamento do território. Sobretudo quando se trata de conversa de café.

Talvez por isso o Plano Diretor de Machico não passe dum instrumento de faz de conta. Levou anos a ser elaborado. Só foi aprovado e posto em prática nos mandatos do PSD. Depois foi para revisão para adaptação de nova legislação. Até hoje. A atual Câmara só se lembra do Plano quando é preciso proceder à sua suspensão, para permitir algumas construções. Depois, vai de novo dormir para a gaveta. Bom é ser amigo do ambiente, da boca para fora.

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