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Artigo de Opinião

Subdiretor JM

10/02/2024 08:05

Todos têm direito à greve. Ou melhor, desde que, em alguns casos, estejam assegurados os serviços mínimos. Tudo normal.... se não vivêssemos num período dominado pelo anormal fluxo de classes insatisfeitas com as condições de que dispõem.

Uns reclamam por causa de baixos salários, outros contestam situações precárias ou regalias insuficientes. Alguns queixam-se de horas extra por pagar ou mal remuneradas. E há quem lamente a carga de trabalho. Enfim, a insatisfação assume várias formas e abrange professores, jornalistas, polícias, guardas-prisionais, agricultores, funcionários judiciais, médicos ou enfermeiros.

Aliás, o mais difícil é encontrar setores contentados com o que têm ou dispõem. Nem mesmo na banca, que beneficiou de apoios elevadíssimos do Estado e apresenta agora lucros não menos extraordinários, beneficiando com a inflação e o aumento das taxas de juros. Dividendos que, no entanto, não são partilhados com os ditos operários.

O povo vive insatisfeito com todas as dificuldades que vão ensombrando o País. E olha com desconfiança quando a Justiça acorda de repente para alegadas ilegalidades que o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, nunca escondeu. E questiona-se: porquê só agora?

Ou para a reconfirmação de uma realidade desaprovada até por altos quadros da magistratura, de que em nome da justiça todos podem ficar presos por tempo ilimitado sem qualquer tipo de acusação.

Ou até com o facto de um ex-procurador ter ficado preso durante três dias até o Supremo Tribunal reconhecer que havia um recurso pendente e que não tinha nada que estar enclausurado.

Estas são apenas situações recentes. Mas há tantas outras que, todavia, não podem limitar a obrigatoriedade de se apurar a verdade. Se há dúvidas, é preciso dissipá-las. Embora também seja notório que o funcionamento da justiça portuguesa é efetivamente motivo de discórdia. Porque não devia ser possível, por exemplo, estar acima da lei a exposição pública constante de despachos judiciais. Já alguém foi penalizado por violar o segredo de justiça? Ou a responsabilidade é apenas de quem divulga e não de quem fornece a informação?

O País está, de facto, à beira de um ataque de nervos. Como demonstra igualmente a convulsão política que vivemos, assente em cenários de eleições antecipadas que marcaram o quotidiano dos Açores, condicionam o continente e ofuscam o futuro da Madeira.

E é no meio desta balbúrdia que pedimos serenidade para os eleitores se deslocarem uma e outra vez às urnas. Muitos abraçam a oportunidade com esperança, outros com reticências diversas por entenderem que os acontecimentos recentes poderão limitar o seu espaço.

Seja o que for, os madeirenses merecem decisões tão céleres quanto possível. Dispensam reflexões sem prazos ou perdas de tempo que consubstanciam jogos políticos que visam cumprimentos de prazos constitucionais. Merecem saber o que lhes espera. Sem cartas na manga ou outros truques escondidos.

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