A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica e candidata à liderança do Partido Conservador, Liz Truss, assegurou hoje que "repreenderá" pessoalmente o Presidente russo Vladimir Putin na cimeira do G20, caso assuma em setembro a chefia do Governo.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, Truss está preparada para criticar pessoalmente o Presidente russo pela sua decisão de invadir a Ucrânia, depois de ter sido confirmado que tanto Putin como o homólogo chinês Xi Jinping estarão presentes na cimeira do G20, que este ano se realiza na Indonésia, de 15 a 16 de novembro.
Por sua vez, o adversário de Truss na corrida à sucessão de Boris Johnson e antigo ministro das Finanças, Rishi Sunak, defendeu que os aliados do G20 devem vetar a presença de Putin no evento.
"Sentarmo-nos à mesa com ele [Putin] não é algo sensato quando é o responsável por matar crianças nas suas camas enquanto dormem", afirmou um dos porta-vozes de Sunak, numa declaração relatada pela Bloomberg.
A mesma posição foi também defendida pela Casa Branca.
O antigo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que foi forçado a abandonar o cargo após meses de escândalos, alertou que boicotar a presença de um dos lados do conflito seria contraproducente, já que encorajaria a "propaganda" de uma das partes beligerantes.
Johnson demitiu-se no início de julho e os membros do Partido Conservador vão eleger até final do mês de agosto o seu sucessor, que será anunciado em 05 de setembro.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, que hoje entrou no seu 174.º dia, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
Lusa