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Síria: Turquia admite dialogar "sem condições" para ajudar a resolver conflito

JM-Madeira

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Data de publicação
23 Agosto 2022
14:26

O Governo turco disse hoje que é necessário um diálogo "sem condições" com o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, para conseguir uma "solução política" para o conflito interno naquele país árabe.

"Não podemos colocar condições ao diálogo. Mas qual é o objetivo das negociações? Devemos limpar o país de terroristas. A nossa segurança de fronteiras é importante, a integridade territorial e política da Síria é importante", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, numa entrevista a um canal televisivo.

"É importante que as pessoas possam regressar ao seu país em segurança. (…) A política que seguimos com a Síria está centrada numa solução política", acrescentou o chefe da diplomacia turca.

Çavusoglu quis sublinhar a necessidade de alterar a postura de rejeição de Ancara ao regime de Assad, sugerida recentemente, quando a diplomacia turca defendeu ser útil "procurar a reconciliação entre a oposição e o regime" em Damasco.

Essa declaração do ministro turco provocou protestos no norte da Síria, sob controlo de tropas turcas e milícias islâmicas aliadas de Ancara, quando foram exibidas faixas pedindo "a continuação da revolução" e a recusa de um compromisso com Assad.

"Aquilo que eu disse foi que o regime deve ser reconciliado com a oposição. O objetivo dessa reconciliação é uma nova Constituição e a realização urgente de eleições sob supervisão das Nações Unidas", esclareceu hoje Çavusoglu, na entrevista.

O chefe da diplomacia turca lembrou que esta estratégia já estava prevista na resolução 2254 das Nações Unidas, de 2015, e realçou que a oposição participou "de boa fé" nesse projeto, enquanto o regime se opôs, não havendo, portanto, avanços nesse processo.

"Neste quadro, foi criada uma comissão de negociação. (…) Se não houver reconciliação com o regime, como será elaborada uma Constituição ou realizadas eleições? Se essas medidas forem tomadas, após as eleições, o povo sírio decidirá", insistiu o ministro.

Muitos refugiados sírios na Turquia temem que Ancara esteja a planear a sua deportação para a Síria, depois de um acordo com Damasco, já que a intenção anunciada do Governo turco de facilitar o seu regresso voluntário às áreas controladas pela Turquia na Síria está a acontecer lentamente.

LUSA

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