A Comissária Europeia para Parcerias Internacionais, Jutta Urpilainen, elogiou o envolvimento de Portugal nas suas iniciativas para o desenvolvimento em países africanos e latino-americanos, visados por Bruxelas na Estratégia 'Global Gateway', que prevê investimentos de 300 mil milhões de euros.
"Agradeço a Portugal pelo seu envolvimento significativo para um futuro sustentável com as suas 19 iniciativas em África, América Latina e na Europa", disse Urpilainen numa mensagem gravada para o Seminário 'Global Gateway', que hoje teve lugar em Lisboa.
A Comissária alertou também para os desafios que pressionam a estabilidade global, destacando a importância do papel proativo da União Europeia face aos mesmos, sublinhando que os 27 "devem apresentar a sua própria oferta".
O Seminário foi organizado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e juntou mais de 150 pessoas de diferentes entidades, para divulgar às empresas e outros atores do desenvolvimento as oportunidades oferecidas pela Estratégia Global Gateway da União Europeia.
Esta estratégia europeia pretende mobilizar até 300 mil milhões de euros em investimentos públicos e privados, para financiar infraestruturas sustentáveis e de qualidade, incluindo em África e na América Latina, em particular nas áreas dos transportes, investigação e educação, digital, energia e saúde.
Também presente no Seminário, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, destacou os "tempos de turbulência nas relações internacionais", mencionando a invasão russa, o conflito israelo-palestiniano e o aumento da instabilidade politica e militar em África.
Face a estes desafios, Francisco André frisou a importância de "realizar vários projetos transformadores noutras economias", mas também na portuguesa, através da cooperação em rede e parceria.
"Portugal está preparado para trabalhar em rede e parceria, devido à sua tradição diferenciadora", adiantou o secretário de Estado.
João Queirós, Subdiretor-geral da política externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Coordenador da ‘Task Force’ Global Gateway reconheceu ainda a importância da criação de "projetos competitivos face a outros projetos globais, para que a oferta europeia seja vista como competitiva".
"Cabe à UE ouvir os seus parceiros, conhecer as suas propostas e garantir projetos que reforcem as relações entre a União Europeia e outras regiões", realçou Queirós.
A 'Global Gateway' foi lançada no contexto de uma crescente rivalidade entre as principais potências em projectos de infraestrutura e logística nos países do sul, nomeadamente com a China, que esta semana marca o 10º aniversário da sua iniciativa Faixa e Rota com um fórum em Pequim.
LUSA