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José Manuel Rodrigues defende que é investimento nas famílias para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais

JM-Madeira

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Data de publicação
15 Junho 2023
8:58

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira defendeu, ontem, na cidade de Balneário Camboriú, no Brasil, mais investimento nas famílias como forma de combater a pobreza e reduzir as desigualdades sociais.

Na sessão de abertura da Word Family Summit 2023 (Cimeira Mundial da Família), José Manuel Rodrigues começou por agradecer o convite para, como presidente do Parlamento madeirense, intervir nesta cimeira que reúne, no Estado de Santa Catarina, cerca de 250 participantes de 80 países.

"Este solo que pisamos, hoje [ontem], no Estado de Santa Catarina, foi povoado por madeirenses e açorianos e, reza a história, o primeiro Juiz Ordinário de Santa Catarina, em 1525, foi Antão Leme, um natural da ilha da Madeira", enquadrou. "Como devem compreender é com um sentimento de grande alegria e de forte emoção que aqui estou, quase cinco séculos depois, a fazer de novo essa ponte entre o meu arquipélago e Santa Catarina", regozijou-se.

"Felicito a UNITAR, pelos seus 60 anos, e saúdo a Organização Mundial da Família e todos os presentes nesta Cimeira que vai abordar as formas de acelerar o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nos próximos anos e a ação das Famílias, como protagonistas e recetoras das políticas públicas".

"É evidente que a Agenda 2030 e a aplicação dos seus Objetivos e Metas variam de continente para continente, consoante o seu grau de desenvolvimento, a taxa de crescimento económico e mesmo a sua cultura e os modos de vida dos seus povos", referiu.

"É nosso entendimento que investir nas Famílias é, portanto, decisivo para que se venham a cumprir os compromissos assumidos no seio das Nações Unidas de reduzir a pobreza e as desigualdades sociais, para enfrentar as alterações climáticas e contribuir para um mundo mais justo para todos", defendeu o Presidente do Parlamento madeirense.

"Não haverá Desenvolvimento e Prosperidade se não houver mais trocas comerciais e mais crescimento económico; e não existirá Parceria nem Paz se não existir maior interculturalidade e maior integração entre países e nações. As diferentes realidades entre continentes exigem multilateralismo e interpenetração e são, de certeza, um fator decisivo para o Desenvolvimento Sustentável nas suas várias dimensões", vincou.

José Manuel Rodrigues entende que "cada um de nós é responsável e dependente do outro e ninguém pode ficar nas margens do desenvolvimento. A interdependência deve ser a palavra de ordem, nestas e em muitas outras matérias, como, por exemplo, na da nossa relação com a Natureza".

Para travar o declínio demográfico, defende "uma política mundial de apoio às migrações, que envolva os países de origem e os países de acolhimento, e que regule com humanismo e respeito pela individualidade de cada ser humano, a sua integração no mercado de trabalho nas sociedades de chegada.

Os migrantes devem ter os mesmos direitos e deveres dos trabalhadores dos países que os recebem e devem ter a possibilidade de reagrupar a sua família nas terras que os acolhem", reforçou.

"Assim como importa, rapidamente, que o Mundo e as suas organizações atuem, concertadamente, para estancar o genocídio cometido por parte de quem, sem escrúpulos, coloca barcos, sem quaisquer condições, de migrantes nos mares do Mediterrâneo e do Atlântico, genocídio este que já provocou a morte de mais pessoas do que a guerra na Ucrânia, para termo de comparação do que é e deveria ser incomparável".

"O Mundo precisa de políticas de migração, de asilo e de apoio aos refugiados mais humanas e solidárias que regulem com segurança estes fluxos, já hoje assinaláveis, de movimentos humanos e que terão tendência para aumentar e ganhar proporções que podemos não imaginar na atualidade", avisou.

"A ideia de criar um estímulo ODS, com novos meios de financiamento de emergência para os países mais carenciados, parece um caminho inevitável para alavancar o cumprimento da Agenda 2030 e bem assim para podermos chegar ao fim desta década com um Mundo mais pacífico, mais justo e mais sustentável, como aquele que nos propusemos alcançar na Cimeira histórica de 2015", referiu o governante madeirense.

"Para isso, a globalização é uma inevitabilidade, mas feita a par de uma descentralização de competências e de recursos financeiros dos Estados para as Regiões, para os Municípios, para as sociedades e para as famílias, já que está demonstrado que o poder quando exercido o mais próximo possível das pessoas tem menores custos e mais benefícios.

Este princípio da subsidiariedade é um caminho que deve ser percorrido para acelerar os processos de crescimento económico e de desenvolvimento sustentável em todas as suas dimensões e amplitudes, e para que possa chegar a todos, sem exceção.

José Manuel Rodrigues advogou, assim, que pensar globalmente e agir localmente deve ser o cerne da nossa ação para atingir as metas e os objetivos da Agenda 2030.

"Estou certo de que desta Cimeira sairão ideias e propostas para fazermos da Família, de cada uma das famílias, um parceiro social ativo das políticas públicas que nos conduzam a um maior bem-estar e qualidade de vida para todos, independentemente do local onde nasceram e do lugar onde vivem. Este é o tempo dos possíveis e estou convicto de que é também o nosso tempo na construção da História", concluiu.

A Cimeira Mundial da Família de 2023 decorre até sexta-feira na cidade de Balneário Camboriú, no Estado de Santa Catarina. O encontro conta com mais de 80 delegações de todo o mundo e mais de 300 pessoas, para debater o tema "Investir nas Famílias - Acelerando a Década de Ação 2020-2030 e a plena implementação da Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a nível subnacional e local".

Desta reunião sairá um documento orientador, com o contributo de todos os intervenientes, onde constam as estratégias de apoio às autoridades locais e às famílias para a implementação da Agenda 2030, com os seus 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). Na cimeira pretendem-se, também, encontrar soluções que minimizem os impactos da crise pandémica da COVID-19, "promovendo uma melhor integração da comunidade com o setor público, de modo a fomentar a criação de empregos e garantir a sustentabilidade".

Redação

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