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Funeral do cineasta madeirense António da Cunha Telles é no sábado em Lisboa

JM-Madeira

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Data de publicação
24 Novembro 2022
18:31

O funeral do produtor e realizador madeirense António da Cunha Telles, que morreu na quarta-feira aos 87 anos, realiza-se no sábado para o cemitério da Ajuda, em Lisboa, revelou à Lusa fonte da família.

De acordo com a filha, Pandora da Cunha Telles, o velório está marcado para sexta-feira, a partir das 17:00 na Basílica da Estrela, em Lisboa, e o funeral decorrerá no sábado, às 14:00, para o cemitério da Ajuda, também na capital.

António da Cunha Telles é considerado um dos fundadores do designado Cinema Novo português nos anos de 1960, na esteira da 'Nouvelle Vague' francesa, e foi uma peça fundamental no aparecimento de uma nova geração de realizadores, como Paulo Rocha e Fernando Lopes, cuja estética, pensamento e posicionamento político colidiam com o cinema da altura em Portugal, então sujeito ao regime de ditadura.

Apesar da multiplicação de funções no cinema, na produção, distribuição e formação, e em cargos diretivos, na administração do antigo Instituto Português de Cinema e na Tobis, Cunha Telles admitia em 2017: "No meu íntimo sou mais realizador do que produtor".

Enquanto realizador, António da Cunha Telles fez poucos filmes, assinando, por exemplo, "O Cerco" (1970), "Meus Amigos" (1974), "Continuar a Viver ou os Índios da Meia Praia" (1976), "Pandora" (1993) e "Kiss Me" (2004).

Também participou no filme coletivo "As Armas e o Povo" (1975), que retrata o período vivido em Portugal entre o 25 de Abril e o 01 de maio de 1974.

Segundo Pandora da Cunha Telles, António da Cunha Telles tinha praticamente finalizado o filme "Cherchez la femme", a partir de uma obra de Mário de Sá-Carneiro.

António da Cunha Telles, membro honorário da Academia Portuguesa de Cinema, foi agraciado em 2018 pela Presidência da República com o grau de Grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Ao longo do dia, somaram-se várias reações à morte do produtor, nomeadamente do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa considera que Cunha Telles "formou o gosto de uma geração", António Costa escreveu no Twitter que "é difícil imaginar o Cinema Novo português sem o seu impulso decisivo", e Pedro Adão e Silva afirmou naquela rede social que "o cinema português moderno não existiria" sem o produtor.

À agência Lusa, o realizador António-Pedro Vasconcelos, contemporâneo de Cunha Telles, disse que o produtor foi "o homem mais importante do cinema português".

A morte do produtor foi ainda lamentada pela Academia Portuguesa de Cinema, pela Cinemateca Portuguesa, pelo Plano Nacional de Cinema, pelo Instituto do Cinema e Audiovisual e por várias figuras ligadas ao cinema, como o realizador Vicente Alves do Ó, a atriz e autarca Inês de Medeiros, a investigadora Maria do Carmo Piçarra, o crítico de cinema Jorge Leitão Ramos e o exibidor e produtor Pedro Borges.

LUSA

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