Artistas e agentes culturais na Região foram ontem surpreendidos por um novo ‘golpe’ na sua atividade profissional pela salvaguarda da saúde pública no combate à pandemia.
As novas medidas aprovadas ontem em Conselho de Governo, que vigoram até ao dia 15 de janeiro, incluem a proibição da realização de eventos que impliquem aglomerações num número superior a cinco pessoas, algo que gerou alguma indignação entre o meio cultural que se vê forçado a cancelar ou adiar a sua programação.
Pouco tempo após o anúncio das novas restrições a vigorar provisoriamente até 15 de janeiro, foi criada uma petição 'Pelo Direito à Cultura dos Madeirenses e Porto-santenses' (https://peticaopublica.com/?pi=PT104781), que, algumas horas depois, conta já com cerca de 540 assinaturas.
"Esta medida pressiona as estruturas culturais para o cancelamento de eventos, colocando em risco o pagamento devido aos profissionais do sector cultural e todas as empresas que trabalham em áreas de apoio técnico e logístico", lê-se na petição, em que consta ainda que "não é compreensível que galerias, auditórios, museus, cinemas e salas de espetáculos com capacidade para várias centenas de pessoas e que estavam a funcionar com 50 espetadores (muito abaixo do concedido pelo decreto-lei nacional 11- A de 21 de dezembro de 2020), tenham a obrigatoriedade de ter cinco espectadores."
A petição pretende assim que "o Governo Regional da Madeira aplique na Região Autónoma da Madeira as medidas constantes do artigo 26° do Decreto n.°11/2020 de 6 de Dezembro de 2020 na redação dada pelo Decreto do PR n.° 11-A/2020 de 21 de Dezembro, referente à ocupação de 50% das salas de espetáculos situadas em concelhos de risco elevado de transmissão da covid-19".
A medida surpreendeu artistas e agentes do ramo cultural na Região, que ficaram assim na incerteza de manter ou cancelar os eventos já agendados para os próximos dias. Leia várias reações à decisão do Executivo na edição impressa do JM.
Catarina Gouveia