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Região com turismo acima da média, mas níveis de desemprego e pobreza elevados

JM-Madeira

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Data de publicação
22 Setembro 2023
8:05

A Madeira registou, em 2022, indicadores muito positivos na área do turismo, mas manteve elevados níveis de desemprego e de pobreza, além da tendência de envelhecimento acentuado da sua população, segundo dados oficiais recolhidos pela Pordata.

No âmbito das eleições que se realizam no próximo domingo para a Assembleia Legislativa madeirense, a Pordata, base estatística da Fundação Francisco Manuel dos Santos, apresentou hoje um retrato demográfico, político e económico da Região Autónoma da Madeira (RAM), a partir de dados de entidades oficiais, com destaque para o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O arquipélago é governado pelo PPD/PSD desde 1976, partido que, pela primeira vez desde que há eleições livres, não obteve em 2019 a maioria absoluta nas legislativas regionais.

Dos 47 mandatos possíveis, o PPD/PSD obteve 21 e governa em coligação com o CDS-PP (três deputados), tendo o PS conseguido 19, o JPP três, e o PCP-PEV um.

Nestas últimas eleições, o PSD obteve 40,3% dos votos, com mais 5.241 votos do que o PS (36,6%), tendo obtido maioria na Calheta, São Vicente e Ponta do Sol.

O PS foi o partido mais votado em Porto Santo, Machico, Funchal e Santa Cruz.

A taxa de abstenção foi de 44,5%, a segunda maior de sempre (a maior tinha sido de 50,3% nas eleições de 2015, quando Alberto João Jardim deixou a liderança do PSD na região).

Segundo a Pordata, a riqueza ‘per capita’ produzida na RAM foi, em 2021 (últimos dados disponíveis), inferior à média nacional em 5,6% e à média da União Europeia em 30,5%, apesar de ser a quarta região do país com maior PIB ‘per capita’, a seguir à Área Metropolitana de Lisboa, Algarve e Alentejo.

No entanto, ao contrário do que acontece a nível nacional, "o saldo da balança de bens das empresas da RAM é positivo, ou seja, as empresas da região exportam mais do que importam", um resultado sustentado pelos municípios do Funchal e de Porto Moniz.

A construção representava 14,7% do valor gerado pelas empresas na RAM (8% a nível nacional) em 2022 e o alojamento e a restauração representavam 13,4%, "mais 9,3 pontos percentuais do que a média nacional".

Em 2022, a Madeira registou 8,4 milhões de dormidas de turistas, o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 12,4% face a 2019, correspondente a 33 dormidas de turistas por habitante (a média nacional é de sete dormidas por residente).

Nesse ano, o arquipélago tinha 390 alojamentos turísticos, que representavam 5,5% do total de alojamentos turísticos a nível nacional.

No ano passado, a inflação na região autónoma foi de 6,9%, ligeiramente inferior à média nacional (7,8%). Foi mais baixa em bens como habitação, água, eletricidade e gás (na Madeira a inflação destes bens foi de 4,6% enquanto a nível nacional foi de 12,8%), mas elevada em restaurantes e hotéis (chegou aos 15,1% quando a nível nacional foi de 11,7%).

Na RAM vivem 253 mil pessoas, das quais 53% são mulheres e 47% são homens.

A proporção de jovens e crianças com menos de 15 anos é inferior à média nacional e decresceu 27% numa década, enquanto a população idosa aumentou e já todos os concelhos da região tinham mais idosos do que jovens.

Um em cada quatro madeirenses vivia em risco de pobreza (com menos de 551 euros mensais) e cerca de 6.500 pessoas recebiam o Rendimento Social de Inserção (2,9% da população residente, em linha com os valores nacionais), das quais 53% eram mulheres, 35% tinham menos de 25 anos e 27% tinham 55 ou mais anos.

A taxa de desemprego madeirense era superior à média nacional (em 2022 eram 9.200 as pessoas desempregadas, representando uma taxa de 7%, acima dos 6% da taxa nacional), embora esta tenha sido a taxa de desemprego mais baixa desde 2011.

A taxa de analfabetismo na região, de 4,5%, é a segunda maior do país (a primeira, de 5%, pertence ao Alentejo, em comparação com a média nacional, de 3,1%) e a taxa de abandono escolar (10,6%) é também superior à média nacional (5,9%).

Os níveis de escolaridade são mais baixos do que a média nacional: 17,5% têm o ensino superior (24,5% na totalidade do território) e 21,7% da população tem, no máximo, quatro anos de escolaridade (versus 19% a nível nacional).

Apesar de mais velha, a população madeirense está a crescer ligeiramente desde 2020, devido ao aumento de imigrantes (provenientes sobretudo da Venezuela, do Reino Unido, do Brasil e da Alemanha): 4,7% da população residente na RAM é estrangeira, com destaque para os municípios da Calheta e de Porto Santo, onde mais de 8% dos residentes são estrangeiros.

LUSA

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