Na abertura da conferência ‘Território e Mobilidade Urbana’, que decorre ao longo da manhã desta sexta-feira no auditório do edifício da Reitoria da Universidade da Madeira, Colégio dos Jesuítas, o secretário regional do Equipamento e Infraestruturas partilhou nas contas de 2024 deu a conhecer observou-se uma subida na ordem dos 25% no recurso aos transportes públicos coletivos.
“Um aumento positivo, mas por outro lado desafiante, disse Pedro Fino, lembrando a entrada em cena do SIGA, entre outras variáveis.
O desafio é “garantir que todos temos acesso aos serviços essenciais, que as empresas possam funcionar de forma eficiente e que o meio ambiente seja preservado para as futuras gerações”.
Revelando que a mobilidade constitui uma prioridade do Governo Regional, Pedro Fino lembrou outras intervenções para apresentar alternativas aos cidadãos, aqui incluindo a ligação entre a zona do novo hospital e o Amparo.
Naquele propósito de preservar o ambiente e o contínuo esforço aplicado na descarbonização, o governante elencou ainda o programa de incentivo ao abate de viaturas com 10 ou mais de 10 anos, entrou em vigor no passado dia 13 do corrente mês de janeiro. Apoios até 5.000 euros nos particulares e majoração e cerca de mais 1.000 euros para os táxis. Contrapartida é a compra de uma viatura 100% elétrica, com retroativos a partir de 1 de janeiro de 2023. A dotação deste programa é de 11,5 milhões de euros.
Outra medida será uma concertação com a República, na Lei TVDE, a fim de ser possível limitar esse mercado, evitando a massificação.
56% COM VIATURA PRÓPRIA
Também na cerimónia de abertura do evento, Bruno Pereira, em representação da Câmara Municipal do Funchal, apelou à consciência dos cidadãos, conquanto tenha reconhecido que já não se resolve o problema com moralismos, mas sim com medidas concertas, que não passam pela criação de mais infraestruturas.
Ou seja, a mitigação do problema passa mesmo por uma maior adesão aos transportes públicos. Na contabilidade da autarquia, “56% das pessoas movimenta-se no Funchal no seu próprio transporte individual, na sua maioria transportando apenas uma ou duas pessoas”, enquanto somente “26% usam os transportes públicos”, com o restante com recurso a outros meios, nomeadamente o pedonal. E é essa a tendência que terá de ser invertida.
Antes, na abertura dos trabalhos, António Jardim Fernandes, agora presidente da ACIF, antecipara essa necessidade de encontrar soluções conjuntas, com o envolvimento da sociedade civil – daí esta parceria com arquitetos e engenheiros – até porque “o território é a nossa casa comum.
A conferência ‘Território e Mobilidade Urbana’ resulta de uma parceria que envolve a ACIF-CCIM, a Ordem dos Arquitetos - Secção Regional Madeira e a também Ordem dos Engenheiros - Região Madeira.
A sessão de abertura teve, então, os contributos de António Jardim Fernandes, presidente da ACIF, Bruno Pereira, vice-presidente da Câmara do Funchal, e Pedro Fino, secretário regional dos Equipamentos e Infraestruturas, antes da abordagem, específica, aos temas em cima da mesa, que se seguiram na ordem de trabalhos.
A ‘Leitura e interpretação do tecido urbano ‘esteve a cargo de João Leite, seguindo-se, sucessivamente, Paula Teles, como ‘o planeamento da mobilidade no desafio das cidades sustentáveis’, João Figueira de Sousa com ‘as tendências e os desafios da mobilidade urbana’, e ainda João Favila Menezes, com ‘acessibilidades suaves e assistidas à colina do castelo, Lisboa’.
Posto isto, segue-se um debate, moderado por António Jorge Pinto, com fecho dos trabalhos a cargo de Miguel Branco, presidente do Conselho Diretivo da Região Madeira da Ordem dos Engenheiros.