MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

5/10/2021 08:00

Pelo insólito dos resultados, é impossível ficar indiferente ao tema.

Em análises feitas às águas de diferentes locais, foi possível identificar o que andam os médicos a receitar aos seus pacientes.

Nas águas do mar de Portimão, no Algarve, foi possível os investigadores perceberem que o Prozac é rei (um medicamento que é utilizado nos casos de depressão e ansiedade).

A mesma avaliação mas feita a Norte da região, no rio Guadiana, identificou a larga presença de outro remédio farmacêutico - o brufen. Os investigadores associam tal predominância ao facto de os moradores nesse território serem maioritariamente pessoas idosas e o brufen constituir um remédio para as dores.

Alguns poderão dizer que isto é coisa de cientistas que não têm mais o que fazer, mas o que é certo é que, se estes elementos surgem nos resultados, existem peixes e molúsculos com menos dores, menos ansiosos e menos depressivos nos mares portugueses!

Até seria cómico se não fosse trágico.

Como lá chegam? Por via dos emissários das Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).

Está avaliado pelos investigadores como sendo um problema de proporções ainda maiores do que o resultante dos microplásticos (as partículas microscópicas em que se fragmentam os milhões de embalagens que alegremente vão parar ao mar, por efeito do sol e da degradação dos materiais).

A má notícia é a de que os dois problemas acumulam-se e sobrepõem-se.

Que solução podemos ter para isto? Se nos plásticos e embalagens ainda será possível mitigar o seu abandono por todos os cantos, por via de um pagamento - a eterna cenoura do dinheiro - a quem as entregar vazias, no caso dos
medicamentos tal afigura-se de mais complexa solução.

Se os tratamentos das águas a serem expelidas pelas ETAR as colocam transparentes mas não impedem que estejam carregadinhas de remédios, como os compostos químicos dos anti cancerígenos, o incentivo para alguma atuação mais eficaz é pequeno ou nenhum.

Este não é um tema novo. São possíveis encontrar estudos como este com mais de uma década. Estudos feitos por universidades britânicas em águas de todos os continentes e com maior ou menor concentração, essas águas apresentavam multipresença de antibióticos e outros remédios.

Diariamente milhões de medicamentos são ingeridos em Portugal e a parte não decomposta pelo organismo de quem os recebe ou toma, é eliminada para os esgotos.

Chegaremos a tempo de tratamentos mais eficazes sobre estes resíduos invisíveis?

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