O presidente do Governo dos Açores desafiou hoje os diretores de órgãos de comunicação social da diáspora dos Estados Unidos da América e do Canadá a "falar do futuro" dos Açores e do papel do arquipélago no mundo.
"Deixei aqui também um desafio, para falarmos do futuro dos Açores na economia global. É, efetivamente, um piscar de olhos às novas gerações [de emigrantes açorianos e seus descendentes], que podem ter menos familiaridade com a raiz e a origem, mas podem construir uma identidade de proximidade com o presente e o futuro dos Açores", afirmou José Manuel Bolieiro, em declarações aos jornalistas após receber os representantes de comunicação social da diáspora, em visita oficial à região.
No Palácio de Sant’Ana, sede da presidência do Governo Regional, Bolieiro falou à comunicação social do futuro do mar, do espaço ou da sustentabilidade dos Açores, fazendo depois uma visita guiada ao interior e à história do edifício, classificado como Monumento Regional.
O chefe do Governo reconheceu que "uma parte do conhecimento" que os descendentes açorianos nos Estados Unidos e no Canadá têm "resulta do testemunho de vida dos avós, que relatam uma história que os levou a sair [do arquipélago] e que não corresponderá, hoje, ao estado da vivência" na região.
"Esta geração deve ter um conhecimento atualizado do que somos e podemos ser", observou.
O diretor do semanário Portuguese Times, de New Bedford (Massachusetts), Francisco Resendes, considerou que a visita à região serve, "acima de tudo, para mostrar os Açores às suas comunidades", além da "partilha de experiências e possibilidades de parcerias".
Por outro lado, disse, há que fazer um "debate e reflexão sobre o futuro da comunicação social de língua portuguesa".
"Não sobre as plataformas, mas sobre os conteúdos. Os portugueses [emigrantes] têm, hoje, outras visões e ambições. Ao longo dos tempos, tem havido metamorfoses de conteúdo. No caso do jornal onde trabalho, tivemos de o tornar mais comunitário e criar parcerias com o movimento associativo", descreveu.
Por agora, a publicação "é estritamente em língua portuguesa".
"Possivelmente, no futuro vamos ter de enveredar pelo bilingue", observou.
LUSA