Um tribunal militar da República Democrática do Congo (RD Congo) condenou à morte 13 pessoas acusadas pela onda de violência entre as comunidades teke e yaka, na província de Mai Ndombe, noticiou hoje a imprensa internacional.
De acordo com a agência de notícias Europa Press, o conflito começou por volta de julho de 2022, quando membros do povo teke, que possuem grande parte da terra e o título consuetudinário do território, anunciaram um aumento de impostos, que foi rejeitado por muitos agricultores das comunidades yaka e mbala.
A morte de um camponês, supostamente pelo irmão de um chefe teke, fez explodir a violência dos meses seguintes, caracterizada por massacres, abusos sexuais e extensa destruição de propriedades.
O processo judicial inclui pelo menos 115 pessoas acusadas de atos de terrorismo, assassínio, incêndio criminoso, associação criminosa, posse ilegal de equipamento militar e saques.
Outros sete detidos acabaram por ser libertados por falta de provas, enquanto um oitavo, menor de idade, também escapou à condenação após se declarar inimputável ao tribunal, informou hoje a Agência Congolesa de Imprensa (ACP).
A Human Rights Watch (HRW) exigiu do Governo congolês uma estratégia de longo prazo para melhorar a segurança dentro e ao redor do território de Kwamouth.
A organização de defesa dos direitos humanos denunciou que a resposta das autoridades, até ao momento, tem sido "inadequada" por não ter conseguido impor uma "solução duradoura" à origem da crise, o aumento deste imposto, que deixa "as comunidades expostas a ciclos mais letais de violência e retaliação".
De acordo com as organizações não-governamentais, mais de 300 pessoas já morreram nestes confrontos intercomunitários nos últimos 12 meses.
Lusa