Criticismo, protestos e debates estão no ar devido ao anunciado planeamento pelo Departamento do Desporto, Artes e Cultura (sigla em inglês DSAC) para erguer um mastro de 100 metros para hastear a bandeira da África do Sul.
Segundo apurou o JM, não eram de esperar outras formas de objeção, dado que o povo está enfastiado de olhar para o seu país alanceado pela corrupção, desemprego, mísero em infraestrutura, derramamentos de carga energética com apagões diários de quatro horas, falta de habitação, água e até saneamento básico.
Não menos pungente é o número de crianças que morrem de subnutrição e dos pelo menos dois milhões que vão para a cama e para escola com o estômago vazio.
Os mentores do projeto para erguer um mastro de 100 metros ao custo de 22 milhões de randes foram já rotulados com termos desprezíveis e ridicularizados.
Não obstante, a manifestação pública pelo ultraje do donativo de 50 milhões a Cuba, o governo uma vez mais aprovou um projeto para uma "monumental bandeira nacional", com o intuito de produzir uma maior coesão entre as pessoas, o que não passa de uma miragem e que evidencia o ANC, partido governamental, distanciado da realidade em que vive o povo sul africano que necessita não de bandeiras monumentais nem de desperdícios monumentais de dinheiros do cofres do estado, mas sim de acesso a empregos, melhores salários, melhor assistência na saúde e na habitação de forma a evitar perpetuar os históricos altos níveis de desigualdades e bom seria terem em mente a frase de Maria Antonieta, rainha da França durante a revolução francesa que proferiu a seguintes palavras " deixe-os comer o bolo" o que aconteceu pouco tempo antes da violenta deposição da monarquia francesa.
José Luís da Silva – Correspondente em Joanesburgo (África do Sul)