João Gonçalves, o histórico ex-capitão do Nacional, conhecido como ‘camacheiro’, teceu críticas à gestão do Largo da Achada no centro histórico da Camacha, expressando mesmo “mágoa” por ver o estado daquele espaço, que classifica de “desprezado”.João Gonçalves, figura incontornável do Clube Desportivo Nacional e camachense ‘de gema’, manifestou ao JM a sua “mágoa” ligada ao Largo da Achada na Camacha, local central que considera estar “desprezado”, não abrangendo atividades no “desporto, cultura e lazer”.
Conhecido como ‘camacheiro’ no mundo do futebol, Gonçalves refere ainda que “o mercadinho deveria ser retirado para a frente ou oeste do largo ou então deslocado para as proximidades da igreja nova”. As instalações do mercadinho serviriam para “outras atividades artísticas e teatrais”, bem como para “balneários de espaço desportivo”.
Gonçalves declara mesmo que “chora aquele espaço”, pois foi lá que cresceu, sofrendo muito para “tornar-se jogador de futebol”.
O ‘fervoroso’ camachense denuncia ainda que “houve muitas oportunidades” para remodelar o largo, acrescentando que faltou “visão e competência” de pessoas que deveriam “ter olhado mais para a Camacha e menos para ‘guerras’ partidárias”.
João Gonçalves referiu ainda não conhecer o projeto de remodelação, mas deixou uma questão.
“É para construir um mini campo sintético? É uma aberração. Deve ter um piso diferente, que dê para várias modalidades. O povo da Camacha deve ser consultado antes. Eu como camacheiro tenho direito à minha indignação”, ressalvou.
João Gonçalves referiu ainda que a Camacha é a “vila madeirense mais conhecido no mundo”, devido ao “folclore, artesanato e por ser o primeiro sítio onde se jogou futebol em Portugal, no ano de 1875”.
O histórico capitão alvinegro termina a sua intervenção ao JM, evocando ainda a década de 50, onde vigorou uma proibição de “jogar à bola” no Largo da Achada.
“Finalmente, há quem me saiba explicar uma coisa? Nos anos 50 fomos proibidos de jogar à bola no Largo da Achada quando o presidente era um camacheiro? Quem souber que se explique, quais as razões que ditaram tal proibição. Porque encheram o respetivo campo de futebol do largo com entulho. Gostava que a Madeira soubesse isso”, rematou João Gonçalves.
Por Daniel Faria