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Artigo de Opinião

Farmacêutico Especialista

24/06/2022 08:00

Sempre adorei Cinema, é todo um mundo de possibilidades, permite retratar o fantástico, o místico, o surreal, o histórico, um futuro… É todo um campo, que não sendo tão rico como a literatura, a qual nos transporta para um universo criado por outro, mas imaginado por nós, à luz das nossas vivências, é em certa maneira de um conforto mental e acessibilidade que o tornam adictivo.

É um universo tão rico, que permite até retratar na tela a realidade concretizada, de forma mais real que a ocorrida.

Já há algum tempo que era perseguido por um filme, mas a nossa vida actual de correria que nos sonega tempo e logo vida, não permite dedicar o tempo solene (só assim faz sentido) para apreciar uma obra de arte.

Um acto solene de visionamento de um filme deveria ser praticado no local próprio, sala de cinema, que na minha Lisboa funcionava como segunda casa (saudades do Monumental e UCI) no entanto os tempos mudaram, e as nossas salas de casa assumiram paulatinamente esse papel, devido à correria dos dias que nos impusemos, acto auto infligido que procrastina a vivência da nossa vida, e que por outro lado nos foram conscientemente impostos como forma de nos criarem amarras e como tal sonegarem a liberdade, nunca fomos tão prisioneiros, tão controlados, tão escravos da tecnologia, já nem temos tempo de contemplação, para simplesmente respirar, observar o que nos rodeia, ver o tempo passar sem nos preocuparmos, o andar sem destino de sorriso no rosto guiados apenas pela felicidade, no fundo a felicidade reside na vontade de a ter!

O Amigo de Sempre, é baseada em factos verídicos e retrata a estória de uma jovem mãe de duas meninas, que com a correria dos dias e a sangria de vida da pressa que transportamos, vê a vida atalhada por um cancro. O elenco interessante , Casey Affleck no seu registo habitual, quase sensaborão, com demasiados problemas interiores que aborrece no seu tom de voz, tal e qual o de Manchester By the Sea (Óscar melhor ator) e Gone Baby Gone, mas que lhe dão a profundidade certa, direi necessária para ser real, depois Jason Segel o qual nos habituámos no registo de comédia Forgetting Sarah Marshall ou Sex Tape, e Dakota Jonhson The Lost Daughter (filme genial de Maggie Gyllenhaal), sendo no entanto um fracasso de bilheteira! A conclusão, a realidade assusta mais que o sensacionalismo! A dor que emana deste filme, tão real uma ode ao amor e dedicado a essa forma de amor, a mais pura, a amizade, feita de renúncia espontânea da conveniência própria!

Todos temos um ou mais amigos assim, que estão presentes na nossa vida sempre, em presença total seja ela física ou espiritual.

O filme apresenta tantas dimensões, do choro ao riso, do alfa ao ómega, como num momento a felicidade é nossa "Há dias felizes em que, se tivermos confiança na vida, ela é obrigada a satisfazer-nos." A.Camus e noutro a fugacidade da vida surge, somos forçados a fazer o balanço da mesma aceitarmos o desígnio e sentirmo-nos na posse da insignificância significante que é a nossa existência. O futuro é tão incerto, que a vida não pode ser vivida em correria constante, com tanta preocupação, tristeza e frustração, dedique o seu tempo aos que ama, espalhe Amor e siga o caminho do Bem.

"Problemas acontecem na vida de todos nós, até ao último suspiro"(…)"Coma o morango quando ele aparecer. Não deixe para depois. O melhor momento para ser Feliz é agora." R.Shinyashiki

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