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Artigo de Opinião

Médico-Dentista

17/01/2021 08:00

Valorizo-a! Mesmo que use batom vermelho. Ao contrário, pontualmente, de André Ventura, eu não vejo mal nisso. Não me importo. Afinal, dizem que isso é bom até para as hemorróidas. E eu acredito. Mesmo que não trate, ao menos ficam mais bonitas.

E pelos vistos não sou o único. Os senhores do Governo também devem pensar assim. Pelo menos é o que parece. Ninguém me tira da ideia que, ultimamente, as decisões têm sido tomadas pelas senhoras deles!

Parece que estou a ver. Eles reunidos numa sala a tratar dos apoios, dos incentivos e dos adiamentos. Do que vamos poder pagar mais para a frente quase sem sentir. Assim às prestações. De máquina calculadora na mão. Exaustos. Com olheiras e descabelados.

Na sala ao lado, elas. Com óptimo ar, como de costume. Cabelo arranjado. Unhas impecáveis. Buço irrepreensível. Ali sem ponta por onde pegar. Arrumadas. Como deve ser uma mulher. E a fazer o quê? A decidir o que fechar. E quando fechar!

As inseguras foram diretas ao assunto. Fecharam a cultura e mantiveram a igreja aberta! Não sei se a minha mulher foi conselheira, mas suspeito que sim. É que ela quer muito casar. Até já me pediu em casamento. Obviamente que disse que sim! Nem pestanejei. Eu sei que me entendem...

Mas não foram só essas que votaram a favor. As pecadoras concordaram. A sacristia mantém-se também aberta para confissões e pagamentos de promessas.

As precavidas, mantiveram os tribunais em funcionamento. É que hoje está tudo bem, mas não se sabe o dia de amanhã! De um momento para outro as coisas mudam e é sempre bom se poder resolver as coisas rapidamente. Assim sem dar tempo a que os bens desapareçam.

As possessivas não se deixaram ficar e obrigaram os bares a fechar portas pelas 17/18h. Precisamente a hora que os homens saem do trabalho. Para não ficarem pontas soltas, encerraram também as discotecas. No máximo, as que quisessem manter o funcionamento tinham que montar esplanada. E só durante o dia.

As que não podem ver as sogras, mantiveram a decisão da interdição de visitas aos lares. Nem com teste prévio! Não vão e é que não vão mesmo...

As que já não suportam os filhos, mandaram testar a comunidade docente e não docente (excepto a miudagem). Para quê? Para dizer que a escola era o local mais seguro e terem onde deixar os seus mais que tudo durante o dia. No máximo ficavam em casa aqueles maiorzinhos que já se "desenrascam" sozinhos. É que uma pessoa também tem vida para além dos filhos.

Neste tema houve uma certa indecisão. As mais desprendidas queriam que a decisão transitasse em julgado na hora. Que os miúdos recolhessem logo. As mais galinhas pediram um tempo. Lá ficou então decidido, na segunda, que os filhos iam voltar para casa na quarta! E na terça? Ainda iam à escola, pois claro. Fazer o quê? - ainda perguntou uma. Não obteve resposta! As outras fingiram que não ouviram e mudaram de conversa.

Mas aí eu ainda entendo e não sou mulher. Ando há tanto tempo para começar a dieta e nada. Desde que decido até que aponto o prazo, os números (à semelhança dos do covid) não param de subir.

Imagino que a ideia do confinamento do fim de semana também não tenha sido unânime. Fecha-se o sábado e o domingo? Só o sábado? Só o domingo? Só as noites de sábado e de domingo? Depois de consultarem as agendas, lá ficou definindo que dava jeito ter o dia de domingo em regime aberto. Logicamente, as empregadas estão em suas casas. É o descanso semanal. Então e se a fome aperta quem faz o brunch? As próprias? Mas é que nem mortas. E assim sempre podem arejar um bocadinho, que isto de tomar decisões desta envergadura não é nada fácil.

As invejosas, mas que ao mesmo tempo não gostam de fazer exercício apontaram ao fecho dos ginásios. Preguiçosas. Mas não deu! Havia uma ou outra que fazia questão de ir soltar a perna. Lá se chegou a um consenso. Podem até abrir, se prometerem que fecham à mesma hora dos restaurantes. Só que neste caso não está permitido o serviço de take away. Ou se saciam lá ou depois contentam-se com o que tiver em casa. Paciência. Não se pode ter tudo!

Ao menos no que toca a teletrabalho, concordaram todas. Privilegiar o método! Quem puder trabalhar a partir de casa, que trabalhe. Faça como sempre quis e por vezes faz. Não ponha os pés no trabalho. A ideia até pode ser boa, mas não serve para todos. À custa disso, tenho um amigo que é motorista do Tribunal de Contas. Tenho pena dele! Quando não está à frente do computador, num teletransporte, anda de carrinho de mão, com o porco que não matou no Natal para evitar ajuntamentos, para cima e para baixo na fazenda. Tem as costas num oito.

Até de hoje a 8!

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