MADEIRA Meteorologia

Artigo de Opinião

Investigadora

21/01/2025 08:00

O sol morno entrou com Janeiro e, cada vez que ponho o pé no areal despido de gente, lembro os versos cantados por Paulo de Carvalho: Canta o Sol que tens na alma/ És a flor de ser feliz/ Olha o mar da tarde calma/ Ouve o que ele diz. Que bênção!!!

Por aqui cantam-se os Reis, primeiro na Vila Baleira onde, enquanto os grupos actuam, se prepara o Bolo Rei Gigante que é distribuído pelos presentes. Apesar da noite estar amena, a afluência foi menor do que no ano passado. Por falar em noite, e assim que regressei ao Dragoal, fui brindada por um céu estrelado que até parecia Verão!! É indiscritível a limpidez e a serenidade que se alcança neste recanto. E já que falo em cantorias, tenho de mencionar o concerto fantástico do Coro (misto) do Centro Comunitário sob a batuta da Professora Nazaré Cunha. Nem imaginam o que perderam. Música coral ao mais alto nível!!!! (Eu fui Orfeonista, por isso podem dar-me algum crédito).

Em jeito de brincadeira, fiz uma espécie de balanço dos livros adquiridos em 2024. Foram 20 no total. Nem vou comentar a quantia pois tal como os homens não se medem aos palmos, a leitura não se mede em volume. Desde crónicas, biografias, romances, ensaios e poesia há de tudo na minha estante. Quem me conhece sabe que, por vezes, vagueio de livro em livro, alternando entre o ensaio, o romance e a poesia, procurando nesta errância um sentido que nem eu sei explicar ... apenas me deixo levar. De entre os lidos, tenho de destacar a Linha do Sal de Katherine Vaz que conta a saga dos seguidores de Robert Kalley, Antes que a Cidade Morra de Deodato Rodrigues que, através de personagens e lugares conhecidos, mapeia a história da zona velha da cidade, Deus na Escuridão de Valter Hugo Mãe, cuja acção centrada no Campanário e na vida destes homens-rocha nos é familiar, o Diabo de saias, a biografia de Vera Lagoa e, por fim, um pequeno relato de viagem pelos Açores do intitulado Lady Bobs, o seu irmão e eu que me arrebatou e me fez dar umas valentes gargalhas noite adentro.

Estamos quase a festejar o Santo Amaro. Mais cantorias e mais comes e bebes. Haja alegria e animação como tão bem diz o povo. Ouvi dizer que a palavra do ano 2024 é liberdade. Ora bem, da minha parte, essa palavra aprendi-a desde o berço por influência materna. Quem conhece a senhora minha mãe, sabe bem do que falo. Por aqui, neste pacato recanto, asseguro-vos de que não nos ficamos por uma palavra. Numa ilha, uma só palavra nunca basta. Este pedaço de terra que o mar vem beijar todos os dias, exige um glossário singular feito de emoção, imaginação e fascinação, pois tal como escreve Irene Lucília: no corpo íntimo da ilha é que começa o mundo. Bom Ano Novo!

OPINIÃO EM DESTAQUE
Coordenadora do Centro de Estudos de Bioética – Pólo Madeira
18/12/2025 08:00

Há uma dor estranha, quase impossível de explicar, que nasce quando alguém que amamos continua aqui... mas, aos poucos, deixa de estar. Não há funerais,...

Ver todos os artigos

88.8 RJM Rádio Jornal da Madeira RÁDIO 88.8 RJM MADEIRA

Ligue-se às Redes RJM 88.8FM

Emissão Online

Em direto

Ouvir Agora
INQUÉRITO / SONDAGEM

Qual o valor que gastou ou tenciona gastar em prendas este Natal?

Enviar Resultados
RJM PODCASTS

Mais Lidas

Últimas